Indicado para o governo Lula reconhece corrupção descoberta pela Lava Jato

Indicado para ser secretário do Ministério da Justiça, o ex-advogado da Odebrecht Augusto Botelho admitiu a existência de roubos revelados pela operação

Durante uma discussão no Twitter com o ex-procurador Deltan Dallagnol, Augusto Botelho, ex-advogado da Odebrecht e agora futuro secretário nacional de Justiça do governo Lula, reconheceu a existência de escândalos de corrupção revelados pela Lava Jato. As descobertas dos investigadores levaram o então ex-presidente Lula à cadeia.

“Não custa lembrar: Lula foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro em três instâncias: JF, TRF, STJ”, constatou Dallagnol, em dezembro de 2021. “A condenação foi anulada pelo STF, mas ele não foi absolvido. O ex-governador Geraldo Alckmin foi acusado por corrupção, caixa dois e lavagem de dinheiro envolvendo mais de R$ 11 milhões pagos pela Odebrecht.”

A corrupção descoberta pela Lava Jato

O post incomodou Botelho. “Oi, Deltan, deixa eu te explicar rapidinho: condenação anulada significa que o processo começa do zero”, escreveu o ex-advogado da Odebrecht. “Se começou do zero não tem mais condenação. No caso específico, nem mais processo tem. Então, não é uma questão de absolvição, é uma questão de não ter acusação.”

Ao parafrasear o advogado, Dallagnol pediu a ele que explicasse “rapidinho” a origem dos R$ 15 bilhões devolvidos à Petrobras, enquanto a Operação Lava Jato estava a pleno vapor. “Os R$ 15 bi devolvidos eram dinheiro de corrupção”, admitiu Botelho, no post.

“Que bom que você reconhece que os R$ 15 bilhões devolvidos eram dinheiro de corrupção”, disse Dallagnol. “Fico bem mais tranquilo. Não era isso que você dizia quando advogava para uma certa empreiteira, que depois devolveu bilhões e confessou milhares de crimes. A Lava Jato combateu a corrupção dentro das regras do jogo, mas o STF anulou o caso do mesmo modo como anulou, junto com o STJ, as grandes operações contra crimes de colarinho-branco dos últimos 20 anos.”

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