Ida de Tarcísio para o PL pode influenciar sucessão na presidência da Câmara

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), teria dito ao presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, que pretende se filiar ao partido do ex-presidente Jair Bolsonaro ainda este ano. Caso a mudança se concretize, ela pode pavimentar o apoio do Planalto à candidatura do deputado Marcos Pereira, o presidente nacional do Republicanos, para suceder Arthur Lira na presidência da Câmara dos Deputados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Tarcísio é visto como o candidato natural da direita para as eleições presidenciais em 2026. Por essa razão, a estratégia do Planalto não contemplaria apoiar para a presidência da Câmara um candidato da mesma legenda de seu possível opositor na corrida presidencial. A ida de Tarcísio para o PL, contudo, evitaria esse cenário.

A próxima eleição para a presidência da Câmara ocorrerá em fevereiro de 2025. Como o mandato é de dois anos, o futuro presidente da Casa ficará no cargo até fevereiro de 2027, após as eleições presidenciais federais.

Até o momento, Tarcísio nega a candidatura à presidência – ele afirma que irá concorrer à reeleição para o governo de São Paulo. Por outro lado, Marcos Pereira, que é o primeiro vice-presidente da Câmara, é um dos nomes mais cotados para assumir o cargo de Lira.

Outro fator a ser considerado é a influência do próprio Lira. De sua parte, o Planalto não prevê apoiar um candidato que não esteja alinhado com a escolha do presidente da Câmara. O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE) já afirmou que “o governo não vai encaminhar um nome para fazer disputa com Lira”.

O atual presidente da Câmara tem acenado para uma possível candidatura do deputado Elmar Nascimento, que é líder do partido União Brasil na Casa. Mas o apoio para sua sucessão ainda não está definido.

De acordo com o Estadão, a sinalização de Tarcísio ao PL teria sido feita durante um jantar no mês passado com Valdemar Costa Neto e com o líder da sigla no Senado, Rogério Marinho (RN). O entendimento foi de que a transição ocorrerá até o próximo mês.

“Tarcísio falou para mim que virá para o nosso partido lá para junho e agora estão todos ansiosos”, declarou Valdemar para o jornal paulista. “Ele está fazendo campanha para candidatos do Republicanos em São Paulo e nós entendemos isso. Faz muito bem. Precisa ajudar o partido que o elegeu. Mas o lugar do Tarcísio é no PL”, afirmou o presidente da legenda.

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