Comediante foi detido no Paraguai e trazido para o Brasil
O humorista Bismark Fugazza, do Canal Hipócritas, foi levado para Foz do Iguaçu, no Paraná, após ser preso em Assunção, no Paraguai, nesta sexta-feira (17). A prisão de Fugazza foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com a Polícia Federal, que deu cumprimento ao mandado de prisão de Bismark em Foz do Iguaçu, o comediante é investigado na Operação Lesa Pátria, que investiga os atos ocorridos no dia 8 de janeiro em Brasília e que resultaram na depredação de prédios públicos.
Ainda segundo a PF, a Cooperação Jurídica Internacional permitiu o cumprimento do mandado. Agentes públicos paraguaios localizaram o humorista e o conduziram até a Ponte da Amizade, na fronteira, para apresentação às autoridades brasileiras.
A corporação informou que Bismark seria ouvido na Delegacia de Polícia Federal em Foz do Iguaçu e, em seguida, encaminhado ao sistema prisional.
Humoristas denunciaram Moraes
Os humoristas Paulo Victor Souza e Bismark Fugazza e o jornalista Oswaldo Eustáquio denunciaram o ministro Alexandre de Moraes à Corte Interamericana de Direitos Humanos. O documento foi protocolado em dezembro.
Eles acusaram o magistrado de violar “os direitos de liberdade de expressão” no país, com “várias prisões temporárias decretadas ilegalmente”. Na ação, Souza, Fugazza e Eustáquio também denunciaram a aplicação de “multas desproporcionais” aos brasileiros, sem o devido processo legal.
Em um trecho do documento, os denunciantes alegaram que Moraes agiu para favorecer a si próprio. Eles afirmaram que a mulher do magistrado é sócia do ex-deputado Gabriel Chalita, que teria relações estreitas com Luiz Inácio Lula da Silva.
“O ministro age ilegalmente, fora de suas atribuições e limites”, dizem Souza, Fugazza e Eustáquio. “Não pode perseguir o cidadão comum por sua opinião, e não possui competência legal de fazê-lo. Não possui competência nem como presidente do TSE para mandar prender um cidadão inocente.”
Os denunciantes lembraram que Moraes pediu a prisão de Eustáquio e determinou diversas restrições nas redes sociais de Fugazza e Souza, “sem nenhum delito cometido por nenhum deles”. Eles reiteraram, por fim, que o ministro viola o devido processo legal e comete abusos judiciais.