Lunt foi ouvido amplamente pela mídia enquanto vivia como transgênero, mas foi excluído quando decidiu voltar a ser homem
Um homem inglês afirmou ter se sentido influenciado pelas redes sociais para tentar mudar seu gênero. Ele viveu como “mulher trans” por dois anos e depois desistiu da transição de gênero. A informação foi publicada pelo jornal britânico Daily Mail nesta quinta-feira, 11.
Calvin Lunt, de 33 anos, explicou que mudou de ideia depois de fazer uma consulta para cirurgias trans, onde lhe disseram que ele teria que esperar mais alguns meses para aumentar os seios e feminilizar o rosto.
“Eu estava tomando hormônios por nove meses. O consultor obviamente viu que havia um pouco de tecido mamário ali”, disse Lunt. “Ele me disse: ‘Não podemos fazer a cirurgia tão cedo, mas vamos esperar mais alguns meses e faremos você feliz”.
“Foram essas palavras que ele disse: ‘Nós faremos você feliz’. Havia uma sensação de alívio nisso e uma sensação de questionamento. Se isso era algo que eu queria tão desesperadamente, o que era esse sentimento de alívio? Tive de seguir esse instinto”, completou o homem.
Antes disso, Lunt viveu como “mulher transgênero” por dois anos. Nesse período, ele foi atormentado por dúvidas sobre sua identidade de gênero e acabou voltando a viver como homem há quatro anos.
“Sinto que histórias como a minha foram silenciadas e rejeitadas na comunidade porque as pessoas pensam que estamos indo contra elas, ou que não somos realmente quem dissemos que éramos e agora somos rotulados como transfóbicos”, disse Lunt no Instagram.
Lunt foi ouvido amplamente pela mídia enquanto vivia como ‘mulher trans’, mas foi excluído quando decidiu voltar a ser homem.
Lunt admitiu que as redes sociais desempenharam um papel de grande influência em sua transição. Ele disse ainda que as redes o impediram de perceber que a transição não era para ele. Também convocou os jovens que questionam sua identidade de gênero a decidirem por si mesmos.
“É importante que toda a minha história seja divulgada para que as pessoas possam entender por que acredito que mais e mais pessoas farão a destransição nos próximos anos e por que é importante que essas pessoas tenham acesso a segurança sem serem evitadas pela comunidade trans e queer”, disse Lunt.
Calvin Lunt também disse que tinha muitos seguidores nas redes sociais na época em que era transgênero, com cerca de 150.000 seguidores no Facebook. A influência nas redes sociais criou muita pressão para continuar com sua transição quando ele sentiu dúvidas.
“Ao longo dos meus anos de ativismo e defendendo direitos trans, conquistei muitos seguidores nas mídias sociais, trabalhei com estações de TV, jornais e estações de rádio”, afirmou Lunt num longo desabafo no Instagram.
“Eu era visto como um exemplo na comunidade e tudo o que eu dava às pessoas era a minha verdadeira história naquela época. Mas quando decidi fazer a destransição, rádio silêncio. Ninguém queria saber. Riram de mim, disseram que eu era uma fraude, pessoas com quem criei conexões ao longo dos anos decidiram não falar mais comigo.”
Hoje, Calvin Lunt é treinador de meditação e bem-estar, e tem 18,8 mil seguidores no Instagram.