Seis opositores do presidente Jair Bolsonaro divulgaram no dia 31 de março um manifesto supostamente em defesa da democracia, da Constituição Federal de 1988 e “contra o autoritarismo”.
O documento foi escrito por iniciativa do ex-ministro da Saúde, exonerado, Luiz Henrique Mandetta e assinado pelos governadores tucanos Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e João Doria (São Paulo), pelos ex-presidenciáveis em 2018 Ciro Gomes (PDT) e João Amoêdo e pelo apresentador da Rede Globo Luciano Huck.
Todos os seis personagens são possíveis candidatos à Presidência em 2022 e claros opositores do governo Bolsonaro.
“Não há Democracia sem Constituição. Não há liberdade sem justiça. Não há igualdade sem respeito. Não há prosperidade sem solidariedade”, declara o grupo em um trecho do manifesto, sem se recordar das medidas inconstitucionais defendidas por eles mesmos, como o “fique em casa.”
De acordo com o Estadão, o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro também foi procurado para aderir ao manifesto, ” mas alegou impedimentos profissionais para não aderir oficialmente à iniciativa.”
Sem citar o presidente da República, a carta corresponde ao desejo de Ciro Gomes, que no dia 1 de dezembro do ano passado, declarou que uma aliança de centro-esquerda é mais que viável, mas sim “necessária” para derrotar Jair Bolsonaro no próximo cenário eleitoral.
“A conquista do Brasil sonhado por cada um de nós não pode prescindir da Democracia. Ela é nosso legado, nosso chão, nosso farol. Cabe a cada um de nós defendê-la e lutar por seus princípios e valores”, diz um trecho do documento, nomeado com “Manifesto pela Consciência Democrática”.
Ao anunciar o manifesto em seu perfil no Twitter, o ex-ministro Mandetta foi relembrado pelos internauta sobre o motivo de sua demissão.
“O ministro da saúde, que foi demitido por que preferia matar os cidadãos a permitir que eles tivesse algum tipo de chance de sobreviver durante uma pandemia dizendo fica em casa e só procura o médico quando estiver com falta de ar ou seja quando você estiver morto”, disse um internauta ao responder Mandetta.
“Além de cometer crimes de genocídio pelo seu lema “fique em casa”, tem casos de corrupção durante a sua gestão , como essa abaixo”, disse outro cidadão ao linkar uma notícia sobre irregularidades na compra de máscaras.
LEIA O MANIFESTO NA ÍNTEGRA:
Manifesto pela Consciência Democrática
Muitos brasileiros foram às ruas e lutaram pela reconquista da Democracia na década de 1980. O movimento “Diretas Já”, uniu diferentes forças políticas no mesmo palanque, possibilitou a eleição de Tancredo Neves para a Presidência da República, a volta das eleições diretas para o Executivo e o Legislativo e promulgação da Constituição Cidadã de 1988. Três décadas depois, a Democracia brasileira é ameaçada.
A conquista do Brasil sonhado por cada um de nós não pode prescindir da Democracia. Ela é nosso legado, nosso chão, nosso farol. Cabe a cada um de nós defendê-la e lutar por seus princípios e valores.
Não há Democracia sem Constituição. Não há liberdade sem justiça. Não há igualdade sem respeito. Não há prosperidade sem solidariedade.
A Democracia é o melhor dos sistemas políticos que a humanidade foi capaz de criar. Liberdade de expressão, respeito aos direitos individuais, justiça para todos, direito ao voto e ao protesto. Tudo isso só acontece em regimes democráticos. Fora da Democracia o que existe é o excesso, o abuso, a transgressão, o intimidamento, a ameaça e a submissão arbitrária do indivíduo ao Estado.
Exemplos não faltam para nos mostrar que o autoritarismo pode emergir das sombras, sempre que as sociedades se descuidam e silenciam na defesa dos valores democráticos.
Homens e mulheres desse país que apreciam a LIBERDADE, sejam civis ou militares, independentemente de filiação partidária, cor, religião, gênero e origem, devem estar unidos pela defesa da CONSCIÊNCIA DEMOCRÁTICA. Vamos defender o Brasil.
Ciro Gomes, Eduardo Leite, João Amoêdo, João Doria, Luiz Henrique Mandetta, Luciano Huck.
Por Gleyson Araújo, com informações do Terça Livre