Tumulto ocorreu durante a entrevista coletiva de Nicolás Maduro, na última terça-feira
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) instaurou uma sindicância, nesta quarta-feira (31), para apurar a agressão a jornalistas na saída do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, do Palácio do Itamaraty, na última terça (30). Os profissionais foram agredidos pela equipe de segurança que estava no local em um tumulto durante a entrevista coletiva de Maduro.
A jornalista Delis Ortiz, da TV Globo, relatou ter sofrido um soco no peito, e pelo menos outros dois repórteres também sofreram agressões. Os seguranças tentavam impedir a aproximação dos jornalistas que queriam falar com o venezuelano.
O episódio foi lamentado pelo GSI, responsável pela equipe de segurança, pelo Itamaraty e pela Secretaria de Imprensa do Governo (Secom).
Um dia após a agressão, Delis Ortiz afirmou que a agressão foi assustadora. “Foi assustador porque você não espera isso de quem a gente conhece, que está no dia a dia. Esses seguranças conhecem a gente”, disse ela na GloboNews.
Delis Ortiz relatou que estava com um grupo de jornalistas que aguardava a chegada de Maduro para entrevistá-lo. Quando o venezuelano se aproximou do cordão de isolamento formado por seguranças, os repórteres começaram a se aproximar do ditador e os seguranças teriam reagido com violência.
“Foi constrangedor. Na verdade, foi uma sucessão de equívocos, uma sucessão de erros”, acrescentou a jornalista.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal disse que não havia estrutura adequada para o trabalho dos profissionais no saguão do prédio, como a disponibilização de um púlpito e organização prévia de posições, e que isso ocasionou o tumulto.
“É fundamental que a organização preveja um planejamento mais compatível e adequado em eventos dessa natureza”, disse a entidade, em nota.
O órgão também pediu ao Itamaraty e à Secom para apurar o caso e se solidarizou com os profissionais. “A entidade também se solidariza com os profissionais agredidos e se coloca à disposição para dar o suporte que venha a ser necessário”, declarou.