Interlocutores em Brasília preocupam-se com uma paralisia na política de integração
O governo brasileiro, sob o comando de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acompanha com atenção o desenrolar das eleições na Argentina, temendo uma possível vitória de Javier Milei, candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo o jornal O Globo, quatro interlocutores expoentes do governo disseram que a avaliação é de que, caso Milei saia vitorioso em outubro, deve haver uma paralisia na política de integração e no Mercosul.
Atualmente, Lula tem aproveitado sua proximidade com os presidentes de esquerda dos países vizinhos. Ter um líder do espectro político oposto na Argentina seria negativo para o petista.
Segundo as fontes, o governo Lula está torcendo para que Milei seja derrotado; entretanto, reconhece que há a possibilidade do cenário de vitória se concretizar. Eles afirmam que, nesse caso, os rumos políticos trilhariam por terrenos desconhecidos.
Um dos interlocutores chegou a dizer ter recebido com choque a notícia de que o candidato venceu as Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias (Paso).
Líder da frente A Liberdade Avança, Javier Milei é deputado e economista, e é frequentemente comparado ao ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL). Ele foi o candidato mais votado das primárias abertas no último domingo (13), em que o povo argentino definiu quais os nomes que disputarão à Presidência.
Milei concorrerá com Patricia Bullrich, da coalizão opositora Juntos por el Cambio (Juntos pela Mudança) e com o ministro da Economia peronista, Sergio Massa.