Itamaraty não citou o nome do grupo terrorista, responsável por matar pelo menos 70 israelenses nesta manhã
Em sua nota de repúdio aos ataques terroristas contra o Estado de Israel, que ocorreram na manhã deste sábado, 7, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva ignorou o Hamas. O grupo é responsável pelos atentados que vitimaram pelo menos 250 israelenses e deixaram 1,8 mil feridos.
O Ministério das Relações Exteriores lamentou as mortes e informou que “exorta todas as partes a exercerem máxima contenção a fim de evitar a escalada da situação”. De acordo com o Itamaraty, o governo brasileiro é favorável à criação de dois Estados.
Mais cedo, parlamentares e ex-políticos conservadores cobraram um posicionamento oficial do governo Lula sobre os ataques do Hamas. O Planalto emitiu uma nota considerada “fria” pela direita.
O senador Ciro Nogueira, ex-ministro da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro (PL), disse que o PT “já culpou a Ucrânia, pela invasão russa”. “Agora, o Brasil ocupa a presidência do Conselho de Segurança da ONU”, acrescentou. “Se não condenar a atroz invasão de Israel, só flertará com a contradição.”
Ao compartilhar imagens de israelenses mortos, o ex-ministro da Secom Fábio Wajngarten perguntou “se o governo do amor já repudiou o ataque covarde”.
“Será que algum esquerdista vai se solidarizar?”, perguntou o vice-presidente da Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), ao manifestar solidariedade ao povo de Israel e repudiar o ataque do Hamas.
Em 31 de outubro de 2022, depois da confirmação da vitória de Lula nas eleições presidenciais, o Hamas parabenizou o petista.
O grupo terrorista islâmico afirmou que a eleição de Lula “é uma vitória para todos os povos oprimidos ao redor do mundo, particularmente o povo palestino, pois ele é conhecido por seu forte e contínuo apoio aos palestinos em todos os fóruns internacionais”.
Leia na íntegra a nota do governo Lula
“O governo brasileiro condena a série de bombardeios e ataques terrestres realizados hoje em Israel a partir da Faixa de Gaza, provocando a morte de ao menos 20 cidadãos israelenses, além de mais de 500 feridos. Expressa condolências aos familiares das vítimas e manifesta sua solidariedade ao povo de Israel.
Ao reiterar que não há justificativa para o recurso à violência, sobretudo contra civis, o governo brasileiro exorta todas as partes a exercerem máxima contenção a fim de evitar a escalada da situação.
Não há, até o momento, notícia de vítimas entre a comunidade brasileira em Israel e na Palestina.
O Brasil lamenta que em 2023, ano do 30º aniversário dos Acordos de Paz de Oslo, se observe deterioração grave e crescente da situação securitária entre Israel e Palestina.
Na qualidade de presidente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil convocará reunião de emergência do órgão.
O governo brasileiro reitera seu compromisso com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas. Reafirma, ainda, que a mera gestão do conflito não constitui alternativa viável para o encaminhamento da questão israelo-palestina, sendo urgente a retomada das negociações de paz.”