A queda brusca se deve ao armamento de fazendeiros, que agora podem portar armas por toda a propriedade
A gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) registrou, nesses três anos de governo, o menor número de ocupações de fazendas feitas por militantes de extrema esquerda [movimentos sociais] no Brasil desde 1995, ano em que a contabilização passou a ser feita pelo Incra (Câmara de Conciliação Agrária do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
Conforme aponta o Incra, em 2021 houve apenas 11 invasões a fazendas, enquanto em 2020 foram seis e em 2019 foram sete. Os números contrastam com os registrados em governos anteriores.
Durante os oito anos de gestão Fernando Henrique Cardoso (PSDB), 2.442 fazendas foram ocupadas por sem-terra. Nos dois mandatos de Lula (PT), foram 1.968 invasões, enquanto na gestão Dilma foram 969. Já no governo Temer, que durou de agosto de 2016 a dezembro de 2018, houve 54 ocupações.
Para a atual gestão, a queda brusca se deve ao armamento de fazendeiros, que agora podem portar armas por toda a propriedade, e não mais apenas na sede da fazenda. O governo também atribui a queda à diminuição de repasses financeiros a movimentos de sem-terra, o que ocorria de forma abundante nas administrações petistas.