Governo apaga post polêmico e pede desculpas a Rebeca Andrade

Ministério das Comunicações substituiu montagem por outra, em que ginasta aparece na foto

Após a repercussão negativa da montagem em que Rebeca Andrade foi substituída por um notebook no pódio olímpico para promover um dos programas do governo, o Ministério das Comunicações reconheceu que a publicação foi “inadequada”. No comunicado, o governo pede desculpas à ginasta, aos brasileiros, e especialmente às mulheres pretas.

“O Ministério das Comunicações reconhece que a postagem não foi adequada e deu margem para interpretações que não condizem com o sentimento e trabalho do Governo Federal, nem com a grandeza desta conquista histórica de Rebeca Andrade. Por isso, pedimos sinceras desculpas à atleta e a todos os brasileiros e brasileiras pela postagem, especialmente às mulheres pretas, que estão tão bem representadas no pódio de Rebeca Andrade”, observou a pasta.

Na sequência, o ministério comandado por Juscelino Filho justificou sua ideia com base na foto do surfista Gabriel Medina “voando” sobre uma onda nas Olimpíadas, imagem que virou meme nas redes sociais.

“O objetivo foi fazer uma publicação relacionando políticas públicas com as Olimpíadas, assim como já tinha sido feito com a foto icônica de Gabriel Medina, cujo meme circulou o Brasil. A própria legenda explicava que a pasta reverencia Rebeca e tem ela como inspiração”, ressalta.

A pasta informou ainda que foi feita uma nova postagem para deixar “explícita a admiração” que o governo tem por Rebeca, “que tanto representa para o país como uma mulher preta medalhista olímpica”.

“O Ministério das Comunicações reverencia Rebeca Andrade. Ela não só entrou para a nossa história, ela é a nossa história”, conclui a nota.

A publicação polêmica foi substituída pela foto original, em que Rebeca aparece no pódio reverenciada pelas adversárias Simone Biles e Jordan Chiles. Entretanto, foram acrescentados logotipos de programas do governo em prol da expansão da conectividade via internet.

Embora a versão anterior tenha sido deletada, o print ainda circula nas redes sociais e permanece exposto na conta oficial do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), crítico e rival político do atual governo.

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