Em Twitter publicado na tarde desta quarta-feira (21), a deputada federal Carla Zambelli questionou a mais nova “empreitada” de governadores contra órgãos do governo e da justiça que buscam esclarecer pontos obscuros da gestão (ou da falta dela) e das decisões que tomaram diante do combate à pandemia de Covid-19.
Zambelli escreveu: “Era só o que faltava: certos governadores planejarem PERSEGUIR, a subprocuradora Lindôra Araújo por, cumprindo suas atribuições funcionais, ter enviado – oh! – ofícios questionando a destinação de recursos e vacinas contra a Covid.”
A deputada se referia à informação passada pela colunista e jornalista Natuza Nery, de que os governadores decidiram acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) contra Lindôra Araújo.
A motivação é o pedido feito por Lindôra, no último dia 16, para que cada um dos governadores deem transparência sobre o uso dos recursos federais destinados exclusivamente para as medidas de combate ao avanço do vírus chinês no Brasil (quanto receberam de fato, como e onde investiram, o que foi repassado para municípios e etc).
A subprocuradora pede ainda mais explicações sobre a falta de leitos de UTIs, o fechamento precoce de hospitais de campanhas, construídos “a toque de caixa”, no ano passado, mas já desativados mesmo com a continuidade da pandemia, e qual foi a destinação de insumos e equipamentos que seriam utilizados nessas unidades.
Lindôra Araújo encaminhou os ofícios aos 27 governadores, após a instalação da CPI da Covid, o que segundo eles seria uma forma articulada para dar munição ao presidente Jair Bolsonaro contra os entes federativos.
Ainda segundo a colunista, a ação pede a suspeição da subprocuradora, pois ela teria motivações políticas e estaria agindo com abuso de autoridade.
Ora, os governadores, os mesmos que utilizaram a pandemia como forma mais sórdida de se fazer política, agora parecem estar aterrorizados com a possibilidade de terem que escancarar um ano inteiro de movimentações financeiras sem a necessidade de licitações e a devida transparência.
Quanto à instalação da CPI, o presidente Jair Bolsonaro disse que não tem nada a temer, pois nada deve.
Será que os nobres governadores poderão dizer o mesmo?
Quando o medo se torna insuportável, o “animal acuado” se torna agressivo e contra-ataca. Para alguns, basta apontar-lhes os próprios erros, e a resposta virá.