Globo é processada por dizer que trans era “mulher que se passava por homem”

Instituto Brasileiro de Transmasculinidades requer indenização de R$ 1 milhão

A Defensoria Pública do Estado de São Paulo está processando a Rede Globo sob acusação de transfobia em matéria veiculada no programa Fantástico no dia 3 de fevereiro de 2019. Na reportagem, a apresentadora Poliana Abritta se referiu a uma pessoa que se declarava do sexo masculino como “uma mulher que se passava por homem”.

Para o Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (Ibrat), o termo correto a ser utilizado seria “homem transexual”. A organização pede uma indenização de R$ 1 milhão. O caso foi revelado pelo site Na Telinha, nesta segunda-feira (17).

Na reportagem em questão, Poliana Abrita introduzia a história de Lourival Bezerra de Sá, que viveu por mais de 50 anos com documentos falsos. Seu registro oficial era feminino e trazia o nome Enedina Maria de Jesus.

“Você vai conhecer hoje o segredo de Lourival. Mulher se passa por homem durante 50 anos. Nem a família sabia”, disse Poliana no Fantástico à época.

Lourival casou-se com uma mulher e cuidou dos filhos dela como se fossem seus. Nem mesmo a família sabia que ele possuía órgãos genitais femininos, já que o casal não mantinha relações sexuais. A revelação veio à tona após a morte dele, em 2018, aos 78 anos, por infarto fulminante.

A polícia está investigando se ele se considerava transexual ou se buscou outra identidade a fim de esconder algum crime.

Processada, a Rede Globo está articulando um acordo para não ter de pagar a indenização. A audiência de conciliação ocorrerá no dia 31 de agosto.

Confira a reportagem veiculada pela emissora:

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