Faltando poucos dias para o dia 7 de Setembro, onde o presidente Jair Bolsonaro convocou a nação brasileira para se manifestarem nas ruas no dia do feriado da Independência, o atual líder do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, recordou as tensões vividas no decorrer desta data no ano passado. No ensejo, adeptos de Bolsonaro tomaram a Esplanada dos Ministérios e realizaram atos.
Em entrevista exclusiva ao O Globo, o ministro disse que ele e outros membros do STF passaram a madrugada entre os dias 6 e 7 “acordados e vigilantes”, porque receberam uma informação de que os manifestantes tentariam invadir o prédio da Corte.
“Esperávamos que os manifestantes chegassem no dia 7. Eles nos surpreenderam chegando no dia 6. Havia um número expressivo de pessoas, muitos caminhões. Havia veladamente uma informação de que tentariam chegar perto do Supremo. Um grupo radical falava em invadir o Supremo”, recordou o magistrado.
Ademais, o ministro também contou que caso o episódio se repita esta ano, a Corte estará bem mais preparada e acrescenta que defenderá o Poder Judiciário caso haja declarações ofensivas contra o Supremo. “Agora, se houver manifestações orais ofensivas ao Supremo, estarei no dia 8 no plenário para defender o Poder Judiciário, as instituições brasileiras e a higidez da nossa democracia”, garante.
“A democracia brasileira está solidificada, e a soberania popular é algo que já está introjetado na mente do povo”, acrescenta. Com carros, motos e caminhões, manifestantes ocuparam a Esplanada dos Ministérios em 6 de setembro de 2021. Nas mãos, cartazes em que pediam “impeachment do STF”. Em discurso no dia seguinte, Bolsonaro se referiu a Fux e a Moraes — este último emitiu mandado de prisão para aliados dele pouco antes da data.