Zaporizhzhia, na Ucrânia, está sob domínio russo desde o início da invasão, em fevereiro
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), da Organização das Nações Unidas (ONU), informou que “fortes explosões” atingiram a usina nuclear de Zaporizhzhia, no sábado 19 e neste domingo, 20. Localizada no sul da Ucrânia, a maior usina nuclear da Europa está sob controle dos russos desde o início da invasão ao país, em 24 de fevereiro.
Uma equipe da agência atômica que está no local, acompanhando a situação há alguns meses, relatou ter visto as explosões. Mais de 12 explosões foram relatadas entre sábado e domingo. De acordo com a AIEA, houve danos a alguns prédios da usina.
O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, disse que a notícia é “extremamente preocupante”. “Explosões aconteceram na área desta importante central nuclear, o que é completamente inaceitável”, declarou Grossi. “Quem quer que esteja por trás disso deve parar imediatamente. Como eu já disse muitas vezes antes, vocês estão brincando com fogo.”
Embora os reatores de Zaporizhzhia estejam desligados, um dos principais riscos é o de superaquecimento dos sistemas que refrigeram a usina, caso a energia elétrica seja cortada. Até agora nenhum vazamento de radiação foi detectado.
A usina de Zaporizhzhia tem seis reatores refrigerados a água, projetados pelos soviéticos, contendo urânio 235, que tem uma meia-vida de mais de 700 milhões de anos. Antes da invasão, a usina fornecia cerca de um quinto da eletricidade da Ucrânia.
O Ministério da Defesa da Rússia disse que a Ucrânia disparou projéteis contra as linhas de energia que abastecem a usina. Autoridades ucranianas ainda não se pronunciaram sobre as explosões. Desde a invasão russa ao país, tanto a Ucrânia quanto a Rússia se acusam mutuamente de atacar a usina e arriscar um acidente nuclear.