Senador fez críticas ao ex-ministro da Justiça durante discurso de filiação ao PL
Durante seu discurso de filiação ao Partido Liberal nesta terça-feira (30), o senador Flávio Bolsonaro agradeceu à legenda e a aliados do governo por não terem “traído o presidente Jair Bolsonaro”, e, em seguida, teceu críticas ao ex-ministro da Justiça, Sergio Moro (Podemos).
“Tem um ditado na política que fala o seguinte: ‘A política pode até perdoar traição, mas não perdoa o traidor'”, assinalou Flávio.
O primogênito do presidente Jair Bolsonaro prosseguiu conceituando o que para ele é traição, fazendo referências ao ex-juiz da Lava Jato, embora não citasse o nome de Moro diretamente.
“Traidor é aquele que humilha uma mulher, que expõe publicamente uma pessoa pensando no poder, porque o convidou para ser o seu padrinho de casamento. E aí a decepção vem na proporção inversa à admiração que as pessoas possuíam por ele. Traidor é aquele que, por ação ou omissão, interfere na Polícia Federal. […] Mais grave, senhor presidente, traidor é aquele que não tomou as devidas providências para descobrir quem mandou matar Bolsonaro”, completou.
Em meados de 2020, Moro disse que aceitou ser padrinho de casamento da deputada Carla Zambelli (PSL-SP) com o coronel Aginaldo de Oliveira, por “constrangimento”.
No início do mesmo ano, o ex-magistrado pediu exoneração do Ministério da Justiça e Segurança Pública, acusando o presidente Jair Bolsonaro de tentar interferir no comando da PF (Polícia Federal).
Em depoimento à corporação no início de novembro deste ano, Bolsonaro afirmou que havia solicitado a troca do diretor-geral da corporação, Maurício Valeixo, escolhido por Moro, pelo diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem. Segundo o presidente, Moro havia concordado, mas condicionado a alteração a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
Também em seu depoimento à PF no início deste mês, o chefe do Executivo declarou que cobrou do ex-ministro uma “investigação mais célere e objetiva” sobre o atentado à faca que sofreu em Juiz de Fora (MG), em 2018, mas que não observou “nenhum empenho” de Moro em solucionar o caso.
Filiado ao Podemos, Sergio Moro é hoje um dos cotados a concorrer com Bolsonaro ao Palácio do Planalto, em 2022.
O senador Flávio Bolsonaro finalizou o seu discurso de filiação dizendo ainda que o atual governo e seus aliados vencerão “o vírus”, “qualquer traidor” e “qualquer ladrão de nove dedos pelo bem do Brasil”, em referência ao ex-presidente Lula (PT).