O juiz nega, mas, questionado, ele se recusou a pedir o confronto dos dados ao TSE e alegou que não queria “polemizar” o tema
O senador Flávio Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pediu, nesta quarta-feira (1º), ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que afaste do cargo de juiz da Lava Jato, Eduardo Fernando Appio.
Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o magistrado fez doações à campanha do ex-presidiário Lula (PT), que foi preso no âmbito da operação.
De acordo com a corte eleitoral, Appio doou R$ 13 a Lula e R$ 40 para a deputada petista Ana Júlia Pires Ribeiro (PT-PR), durante as eleições de 2022. Além disso, ele assinava como “LUL22” no sistema de transmissão eletrônica de atos processuais; o que pode configurar certa militância de esquerda e, por isso mesmo, impedimento para atuar na força-tarefa que prendeu a maior parte do alto escalão do PT.
O juiz nega, mas, questionado, ele se recusou a pedir o confronto dos dados ao TSE e alegou que não queria “polemizar” o tema. “Não vou pedir nada para ninguém, porque não quero polemizar ainda mais”, disse, acrescentando ser “isento”, porém chamando a operação de “Vaza Jato”, um termo que os esquerdistas criaram para desqualificar a força-tarefa que tem mais de 260 processos iniciados.
Flávio Bolsonaro informou ao CNJ que os magistrados devem abster-se de envolvimento em atividades político-partidárias e que Appio só veio alterar a sigla de sua assinatura para “EDF23”, depois que a imprensa descobriu que ele havia doado dinheiro ao Partido dos Trabalhadores.
“Aliado à gravidade dos fatos narrados que evidenciam simpatia/afinidade ideológica pelas lideranças e políticos vinculadas ao Partido dos Trabalhadores e potencial parcialidade do magistrado, há no caso em análise excepcional urgência para que esse CNJ determine o seu afastamento da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba”, escreveu o senador no requerimento.
Após o protocolo do pedido, o congressista foi para as redes sociais. “Hoje, abri representação contra juiz da Lava-Jato que assinava LUL22 em processos eletrônicos. A venda nos olhos da deusa da Justiça, que está exposta na Praça dos Três Poderes e que representa a nossa justiça, significa imparcialidade. Tudo o que esse juiz não era”, finalizou.