Fiocruz diz que pode doar vacina contra a Covid feita no Brasil à OMS

O primeiro lote de vacinas 100% produzidas no Brasil, com pouco mais de 550 mil doses, foi liberado pelo controle de qualidade interno da Fiocruz em 14 de fevereiro

A presidente da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Nísia Trindade, enviou uma carta ao presidente da AstraZeneca no Brasil, Carlos Sánchez-Luis, afirmando que o instituto está pronto para disponibilizar doses da vacina nacional contra a Covid-19 à própria farmacêutica ou à OMS (Organização Mundial de Saúde).

No documento, Nísia diz que a Fiocruz já alcançou “capacidade de produção superior aos nossos compromissos com o Ministério da Saúde” e que, por isso, quer doar as doses excedentes a iniciativas internacionais de vacinação contra a Covid-19, como o consórcio Covax Facility, conduzido pela OMS.

Para este ano, o Ministério da Saúde contratou 105 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca, que é fabricada pela Fiocruz. Desse total, 45 milhões de doses são de imunizantes feitos com IFA (ingrediente farmacêutico ativo) nacional. O primeiro lote de vacinas 100% produzidas no Brasil, com pouco mais de 550 mil doses, foi liberado pelo controle de qualidade interno da Fiocruz em 14 de fevereiro.

“Neste cenário, gostaríamos de reiterar fortemente nossa intenção de apoiar a resposta global à pandemia através da possibilidade de reforçar o esforço coordenado pela AstraZeneca de distribuição da vacina ou, alternativamente, atuar junto a importantes atores da saúde pública, como a OPAS-OMS”, ressalta Nísia na carta à AstraZeneca.

No documento, a presidente da Fiocruz pede que Carlos Sánchez-Luis dê uma resposta à manifestação, visto que a fundação tem “de viabilizar importante questões industriais e regulatórias para estarmos aptos para esta resposta”.

A carta de Nísia foi entregue em 10 de fevereiro. Até o momento, não houve retorno da AstraZeneca.

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