Filho faz dívida e o pai, um humilde porteiro, “paga” com a vida

Um homem de 63 anos de idade, identificado como Virgílio José da Silva, foi sequestrado na noite da última quarta-feira, 31, na Zona Norte de São Paulo.

Segundo a polícia, Virgílio, que trabalha como porteiro, foi sequestrado após seu filho ter contraído uma dívida de R$ 88 mil. E as investigações estão apontando uma relação da tal dívida com o sequestro.

De acordo com depoimento da esposa do vigilante, dois homens chegaram na residência do casal por volta das 22h45min do dia 31. A dupla informou que realizava a entrega de uma cama, encomendada pelo filho do porteiro.

Virgilio teria ido abrir a porta. Ao chegar na entrada da casa, ele foi rendido pelos dois falsos entregadores.

Ao correr para o portão, a esposa de Virgílio afirma ter visto o marido sendo colocado a força em um carro de cor branca, com insulfilm nos vidros.

Na sequência, a polícia paulista acabou encontrando o corpo de Virgílio.

Dois suspeitos do crime foram presos.

Aos investigadores, o filho do porteiro, Paulo Henrique Mendes, inicialmente alegou que teria viajado para o Rio Grande do Sul e depois para o Paraguai porque “teria contraído empréstimo com agiotas e eles teriam sequestrado seu pai”.

Em novo depoimento, no entanto, Paulo mudou a versão. Ele relatou que furtou R$ 88 mil de uma tabacaria no centro da capital paulista, mas foi descoberto.

Pessoas ligadas ao estabelecimento teriam sequestrado seu pai e dito que só soltariam com o pagamento da dívida.

Após o sequestro, Paulo teria feito dois depósitos de R$ 44 mil para uma conta bancária.

Na investigação, a polícia descobriu que a conta pertencia à dona da tabacaria, identificada como Arlete Ribeiro Gomes de Souza Melo, de 56 anos.

Já o comprovante de pagamento foi encaminhado por Paulo para um número de celular que pertencia a Kleber Kretli Lima, 38. Ele é genro de Arlete. Aos investigadores, Paulo também mostrou mensagens que trocou com aquele contato.

“Seu pai tá bem, só paga o resto”, diz um trecho da conversa atribuída a Kleber.

E complementa: “Aqui é o crime”.

Na sexta-feira (2), a Polícia Civil foi até a casa da empresária e conseguiu prender ela e o genro em flagrante.

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