A verdadeira multidão de patriotas que se deslocou até o imenso jardim diante do Palácio do Alvorada, a residência oficial da presidência da República, para ver Jair Bolsonaro, acabou supreendida quando ele, acompanhado por seguranças e uma grande comitiva surgiu para conversar.
Em atitude solene, ele se posicionou frente a frente com os patriotas, separado apenas por um estreito espelho d’água e discursou por cerca de 5 minutos. Assim, Jair Bolsonaro, enfim, quebra o silêncio de uma forma como ainda não tinha feito, desde o resultado do segundo turno das eleições, em 30 de outubro.
Ele ressaltou que não estaria ali apenas como presidente, mas também como homem do povo, apoiando a luta que está sendo travada neste momento, relembrou que está disposto a dar a própria vida por sua pátria e garantiu que as Forças Armadas estão ao lado da população, cumprindo o papel de protegê-la.
Bolsonaro agradeceu e disse estar ciente de que muitos ali já teriam perdido muito:
“Não é por mim, é pelo país de vocês… digo a vocês, vamos acreditar, vamos nos unir, buscar alternativas e ver o que cada um pode, de fato fazer por sua pátria.”
O presidente ainda alegou preocupação com as muitas crianças que estava vendo ali, mas incentivou a continuidade das manifestações, de forma democrática e de acordo com as leis:
“Conheço o temor de muitos de vocês, que não é diferente do meu temor. Todos nós aqui temos família e nós não podemos esperar chegar, lá na frente e olhar para trás e dizer – o que eu não fiz lá atrás para chegar nessa situação de hoje em dia.
Sabemos que o tempo voa e que cada minuto é um minuto a menos. Vamos fazer a coisa certa, diferentemente de outras pessoas, e vamos vencer.
Vocês são cidadãos de verdade e está na hora de parar de ser tratado como outra coisa aqui no Brasil… acredito em vocês, e se Deus quiser tudo dará certo no momento oportuno”.
A fala de Bolsonaro, inesperada, foi como um sopro de esperança e mostra que nem ele e nem as Forças Armadas estão ‘dormindo em berço esplêndido’. As peças se movem no tabuleiro da política, em um jogo de estratégia e paciência.
A Bíblia e os livros sagrados mostram que os grandes líderes, reis, profetas e salvadores costumavam jejuar e meditar por 40 dias antes de tomar grandes decisões. Bolsonaro quebrou o silêncio, após 40 dias.