Ex-secretário diz que fez o que o governo mandou: “Bode expiatório”

Neri Geller foi demitido após suspeitas de irregularidades no leilão do arroz

O ex-secretário de Políticas Agrícolas do Ministério da Agricultura, Neri Geller, afirmou, nesta quarta-feira (12), que foi pressionado pelo governo para organizar o leilão de 263 mil toneladas de arroz importado, que acabou sendo anulado nesta terça (11) por suspeitas de irregularidade.

Segundo Geller, o processo foi mal conduzido e a decisão de realizar o leilão com uma quantidade tão expressiva de arroz partiu da Casa Civil junto com o então ministro Carlos Fávaro. Ainda de acordo com o ex-ministro, o assunto foi integralmente tratado no gabinete ministerial.

“Foi mal conduzido, em um momento de egos aguçados. [A quantidade foi] uma decisão da Casa Civil junto com o ministro [Carlos] Fávaro. Agora, como se deu, eu não participei, porque o ministro puxou esse assunto 100% para o gabinete. Mas quem decidiu obviamente não fomos nós”, declarou.

Em parte da entrevista, o agora ex-secretário declarou que está sendo usado como “bode expiatório” do fracasso do leilão.

“Quer dizer, se lá atrás não teve problema nenhum, agora nesse edital, porque ele é politizado, eu vou servir para sair como bode expiatório dessa questão? Não, não vou aceitar de forma nenhuma”, disse Geller.

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