EUA não exigiram comprovante de vacina, diz Bolsonaro

Ex-presidente disse que não fraudou o cartão vacinal

O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou na tarde desta quarta-feira, 3, que nenhum país para o qual viajou depois do início da pandemia de covid-19 exigiu comprovante de vacina. Em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, ele disse que o tratamento dispensado aos chefes de Estado é diferente das exigências feitas ao cidadão comum. Bolsonaro já tinha comentado a operação mais cedo.

Ele afirmou que, em uma viagem para a Europa (não se recordava o país), quando foi informado de que teria de apresentar comprovante de vacina, declinou. Mas, depois de uma nova consulta, foi informado de que estava dispensado e embarcou.

“Das vezes que viajei pelo mundo, uma vez foi para a Itália, se não me engano, perguntei para a assessoria se era exigida a vacina. Eles falaram ‘sim’. Daí eu falei: ‘Se é sim, eu não viajo’. Daí veio a resposta oficial de que eu estava dispensado da vacina.”

Em seguida, Bolsonaro acrescentou: “O tratamento dispensado a chefes de Estado é diferente do de cidadão comum. Tudo é acertado antecipadamente, e as minhas idas aos EUA, em nenhum momento foi exigido o cartão vacinal. Não existe fraude da minha parte.” Uma das viagens aos Estados Unidos foi para participar da Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro de 2021.

Michelle Bolsonaro passou mal com vacina da Janssen

O ex-presidente também relatou que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se vacinou contra a covid em 2021, nos Estados Unidos, com o imunizante da Janssen, e que, em decorrência da vacina, passou mal. “Passou mal logo na volta ao Brasil. No ano passado, voltou a ter uma crise, e o médico falou que era por causa da vacina.”

Visivelmente emocionado, Bolsonaro disse que os agentes da Polícia Federal tiraram foto de seu cartão de vacinação e do de Michelle. “Acharam o cartão da minha esposa, a Michelle, tiraram a fotografia.”

Filha de Bolsonaro tem atestado médico para não tomar vacina

Sobre a suposta fraude no cartão de Laura Bolsonaro, a filha hoje com 12 anos, o ex-presidente afirmou que ela tem um atestado médico que a exime de ser vacinada. Bolsonaro contou que, quando a vacina para crianças de 5 a 11 anos foi liberada, ligou para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para questionar sobre os efeitos colaterais.

“Quando foi liberada a vacina para crianças de 5 a 11 anos, liguei para a Anvisa e falei: ‘Mas aqui está como possíveis efeitos colaterais, entre outros, palpitação, dor no peito e falta de ar”, contou. Diante da resposta inconclusiva, de qu,e neste caso, se surgissem os efeitos colaterais, deveria procurar um médico, Bolsonaro disse que preferiu não vacinar Laura. “Então a minha filha não vai tomar a vacina, porque ainda é experimental. E minha filha atualmente tem um atestado médico e está dispensada de tomar a vacina.”

Na entrevista, Bolsonaro disse ainda que os policiais federais, na operação deflagrada nesta quarta-feira, 3, foram corteses e não houve nenhum exagero ou abuso na conduta dos agentes. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi preso, por supostamente atuar em fraudes em cartões de vacina. As ordens de busca e apreensão na casa do ex-presidente e de prisão de Cid e das outras pessoas presas foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

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