Especialista levanta dúvidas sobre a segurança das urnas eletrônicas

Amílcar Brunazo garante ser possível fraudar os equipamentos

Amílcar Brunazo, engenheiro especialista em segurança de dados e voto eletrônico, afirmou que a confiabilidade das urnas eleitorais é duvidosa. De acordo com ele, o equipamento pode ser objeto de fraude. “O software é desenvolvido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) seis meses antes [das eleições], compilado com 15 dias de antecedência, transmitido por internet pelos tribunais regionais e por cartórios, e gravado num flashcard”, explicou Brunazo, na quinta-feira 20, durante audiência pública em comissão especial da Câmara dos Deputados.

“A equipe do professor Diego Aranha, dentro do TSE, mostrou ser possível pegar esse cartão, inserir nele um código espúrio, que não foi feito pelo TSE, e colocar na urna eletrônica”, salientou o especialista, ao mencionar que os brasileiros acabam tendo de confiar no servidor que vai pôr o dispositivo na máquina. “Muitas vezes é um profissional terceirizado. Realmente, o processo eleitoral brasileiro depende da confiança de todos os funcionários envolvidos. Isso é um equívoco”, lamentou Bruzano.

O engenheiro desmentiu as afirmações segundo as quais o atual processo é auditável. “Não é possível fazê-lo por causa das restrições que o TSE impõe”, disse. Atualmente, a PEC que trata do voto auditável está sendo discutida na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara. De autoria da presidente da CCJ, deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), o mecanismo prevê que a urna eletrônica imprima um comprovante do voto. Dessa forma, o eleitor tem a certeza de quem escolheu para ocupar determinado cargo.

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