Reforço militar espanhol ocorre em meio à escalada de tensão no conflito geopolítico que envolve Kiev
Navios de guerra espanhóis se juntarão às forças navais da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Mar Mediterrâneo e no Mar Negro. É o que informou a ministra da Defesa da Espanha, Margarita Robles, em entrevista concedida na quinta-feira 20 à agência de notícias Reuters.
“A Rússia não pode dizer a nenhum país o que fazer”, advertiu Robles. “Então, a Otan protegerá e defenderá a soberania de qualquer país que possa ou queira ingressar na organização.”
O reforço militar espanhol ocorre em meio à escalada de tensão no conflito geopolítico que envolve a Ucrânia. No momento, cerca de 100 mil soldados russos estão posicionados na fronteira ucraniana, e a possibilidade de guerra não está descartada. Moscou nega o interesse em um conflito bélico.
Na última terça-feira, 18, uma reunião entre o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, e o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, definiu uma série de ações coordenadas da Otan, para responder às ameaças da Rússia à Ucrânia. O envio de navios de guerra ao Mediterrâneo é o primeiro passo dessa investida.
A Marinha russa iniciou manobras militares em todo o território nacional. “Será realizada uma série de exercícios em todas as zonas de responsabilidade da frota”, informou o Ministério da Defesa. Cerca de 10 mil soldados e 140 navios farão parte das operações.
O chefe da Marinha, almirante Nikolai Yevmenov, será o comandante dos exercícios, que ainda contarão com a participação de 60 aviões e 1.000 unidades militares. O objetivo dessas operações é defender os interesses nacionais e lutar contra as ameaças militares, segundo o Kremlin.
As forças russas destacam ainda que os navios e os aviões efetuarão exercícios em águas territoriais e internacionais, o que envolve a presença da Marinha em regiões que vão do Mar Mediterrâneo ao Mar de Okhotsk e do Oceano Pacífico à parte nordeste do Atlântico. Seis grandes navios já zarparam do Porto de Baltisk, em Kalingrado, rumo ao Mediterrâneo.
Ucrânia, a menina dos olhos
O impasse nas negociações entre Estados Unidos e Rússia sobre a situação geopolítica da Ucrânia deixou a Europa à beira de um conflito bélico.