Em sua coluna, Míriam Leitão voltou a criticar o presidente Lula
A jornalista Míriam Leitão se debruçou sobre a indicação do advogado de Lula (PT) para a cadeira de Ricardo Lewandowski, no Supremo Tribunal Federal (STF), em sua coluna no jornal O Globo, nesta quinta-feira (1º). Ela elegeu o “princípio da impessoalidade” para nortear a abordagem sobre mais uma ação descabida do presidente Lula, mas poderia citar o “princípio da moralidade na administração pública”, por exemplo.
Na crônica, a colunista destaca que tal escolha era para lá de esperada, já que Lula vinha dando sinais claros, até como forma de medir os ânimos quanto ao seu preferido.
“Ninguém se surpreendeu com a escolha do advogado Cristiano Zanin para o Supremo Tribunal Federal. O presidente Lula foi dizendo devagar o que ele queria e testando a temperatura da água. Ele não deve ter maiores rejeições no Senado e vários ministros do STF já falaram a favor”.
Leitão advertiu sobre o risco à tão banalizada “democracia” com uma indicação eivada de interesses pessoais para ocupar um dos cargos de maior proeminência na estrutura republicana do país.
“Mas a escolha do advogado pessoal, a quem Lula tanto deve, é um precedente perigoso para a democracia brasileira. Zanin provou ser um excelente advogado. (…) Mas Zanin é advogado pessoal, tirou Lula da prisão e agora ele está na presidência. Isso quebra um dos princípios mais caros da administração pública: o da impessoalidade. Essa escolha, Lula faz não como presidente, mas como Luiz Inácio. É personalíssima”, criticou.
Míriam não observou que Zanin é, praticamente, afilhado de Lula, já que é casado com Valeska Zanin Martins. Ela é afilhada do petista e filha de Roberto Teixeira, um dos maiores amigos do presidente, uma relação de mais de 40 anos, o que macula ainda mais esta indicação “em família”.