Navio de guerra ucraniano, da classe Krivak III/Menzhinskiy, foi afundado pela própria Marinha da Ucrânia
As autoridades ucranianas afirmaram nesta sexta-feira (4) que o exército de Vladimir Putin invadiu pela primeira vez a cidade portuária de Mykolaiv, no Mar Negro.
Com o avanço russo, a marinha da Ucrânia decidiu afundar o principal navio de guerra que tinha em mãos com o objetivo de evitar que ele fosse capturado pelos invasores.
O ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksiy Reznikov, confirmou que a Marinha ucraniana afundou seu maior navio de guerra, conhecido como Hetman Sahaidachny. Segundo ele, a embarcação passava por consertos no porto de Mykolaiv.
“O comandante do navio-chefe da Marinha ucraniana seguiu a ordem de inundar o navio para que a fragata não caísse nas mãos do inimigo. Não consigo imaginar uma decisão mais difícil para um soldado e uma tripulação. Foram corajosos”, escreveu Reznikov nas redes sociais.
Embora o navio, da classe Krivak III/Menzhinskiy, não representasse uma grande ameaça para os russos, sua captura seria uma importante peça de propaganda.
O governador de Mykolaiv, Vitaliy Kim, disse que há combates em andamento em várias partes da cidade e pediu para a população não entrar em pânico.
A cidade, de 475 mil habitantes, fica a 68 km a oeste de Kherson, o maior centro urbano tomado pela Rússia até agora, e ocupa uma posição estratégica no mapa.
Odessa
A 110 km a leste de Mykolaiv está Odessa, a terceira maior cidade da Ucrânia, bem próxima da fronteira com a Moldávia.
Se conseguirem chegar até esta cidade, a Rússia terá capturado virtualmente todo o Sul da Ucrânia e barrado todo o acesso da Ucrânia ao Mar Negro.
Por ora, a ofensiva contra Odessa permanece em preparação, enquanto aeronaves conduzem ataques aéreos. Há registros de uma frota naval relatada em suas proximidades, e a estratégia deve envolver um desembarque de tropas de assalto russas em seus arredores.
Os avanços sobre o Sul, juntamente com a utilização por parte da Rússia de artilharia mais agressiva e de ataques aéreos a centros urbanos, têm diminuído o otimismo sobre a capacidade da Ucrânia de aguentar por muito tempo a resistência que tem oferecido até agora.