Entenda por que a Ômicron é menos agressiva

Em estudos com camundongos e hamsters, a nova variante produziu infecções mais leves, limitadas apenas às vias aéreas

A Ômicron é menos agressiva, constataram novos estudos que utilizaram animais de laboratório e tecidos humanos.

Em pesquisas com camundongos e hamsters, a nova variante produziu infecções mais leves, frequentemente limitadas apenas às vias aéreas superiores: nariz, garganta e traqueia.

A variante afetou muito menos os pulmões, onde cepas anteriores costumavam causar dano aos tecidos e sérias dificuldades de respiração.

O estudo

Na quarta-feira 29, um consórcio de cientistas japoneses e americanos divulgou um relatório a respeito de camundongos e hamsters infectados com a variante Ômicron.

Os infectados apresentaram menos danos nos pulmões, menos perda de peso e menor risco de morte, de acordo com o trabalho.

Embora os animais infectados com a variante Ômicron tenham em média apresentado sintomas muito mais brandos, os cientistas ficaram particularmente surpresos com os resultados observados entre os hamsters sírios, espécie conhecida por adoecer gravemente com todas as versões anteriores do vírus.

“Foi surpreendente, já que as demais variantes produziram uma robusta infecção nesses hamsters”, disse o doutor Michael Diamond, especialista em vírus da Universidade Washington e coautor do estudo.

Os pesquisadores descobriram que o nível da variante presente no nariz dos hamsters era igual ao de animais infectados com formas anteriores do coronavírus. Mas os níveis da Ômicron nos pulmões eram um décimo do de outras variantes, ou ainda inferiores.

Explicação

Os pesquisadores suspeitam que os novos dados apresentam uma explicação molecular para o fato da variante Ômicron não se desenvolver tanto nos pulmões.

Muitas células nos pulmões apresentam na sua superfície uma proteína chamada TMPRSS2, que pode inadvertidamente facilitar o acesso do vírus à célula.

Mas a equipe que liderou o estudo descobriu que esta proteína não adere muito bem à variante Ômicron. Como resultado, a nova variante tem menos sucesso do que a Delta ao infectar as células dessa maneira.

Com informações do jornal The New York Times

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