A CBMM mira no mercado de baterias elétricas para automóveis
A Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) pretende investir R$ 1,2 bilhão para a construção de uma fábrica de óxido de nióbio. A empresa é líder no mercado mundial de ligas à base do minério.
O projeto pode ser iniciado até o fim deste ano e será instalado em Araxá (MG), município que abriga o complexo industrial da empresa. Mas a proposta ainda precisa passar pelo conselho da CBMM, presidido por Pedro Moreira Salles.
Além da empresa, a família do executivo detém o controle do Banco Itau, entre outros negócios.
Com o investimento, a companhia ganhará a capacidade para a produzir mais 20 mil toneladas de óxido de nióbio por ano. O produto tem várias aplicações nobres. Entre elas, a fabricação de baterias elétricas, explicou Eduardo Ayrosa Ribeiro, presidente da empresa, ao jornal Valor Econômico.
No plano da companhia desenhado para 2030, a aplicação em baterias elétricas para carros e outros veículos representará 35% dos negócios. Para que eles se concretize, a empresa pretende investir R$ 9 bilhões ao longo dos próximos 8 anos.
Baterias de nióbio em teste
O projeto mais avançado é uma parceria com a Toshiba para fabricação de baterias elétricas. Testes com clientes automotivos já estão em curso no Japão e no Brasil, onde a VW Caminhões avalia o uso em ônibus elétricos.
“Nessa parceria estamos em negociações com clientes e a produção em escala comercial será acelerada de 2025 em diante”, afirma o executivo.
“Nosso foco são produtos de nióbio, usando a reserva de minério de longo prazo da empresa”, explicou Ribeiro, citando a estratégia de agregar valor.
“No novo cenário, poderemos ter mais três fábricas de óxidos, de 20 mil toneladas cada uma, duas com certeza”, disse o CEO.
Produção atual da CBMM
Atualmente, 90% das vendas da CBMM vão para a indústria do aço, na forma de ferronióbio. Os 10% restantes são ligas e óxidos especiais com diversas aplicações. Uma delas, para fazer semicondutores.
As jazidas de nióbio da empresa em Araxá, ao ritmo atual de exploração, tem capacidade de oferta por mais 100 anos.