Deputado falou sobre pontos que ilustrariam uma ditadura no país
Em um discurso realizado no Parlamento Europeu, em Bruxelas, na Bélgica, nesta quarta-feira (10), o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) denunciou a situação vivida no Brasil atualmente. Em sua fala, o parlamentar ressaltou que há no país “uma criminalização total de um lado do espectro político” e que “há congressistas sendo presos por suas opiniões”.
Gayer e outros parlamentares conservadores, como Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Marcos Pollon (PL-MS) e Bia Kicis (PL-DF), visitaram o Parlamento Europeu a convite do deputado Hermann Tertsch, do Vox, partido espanhol de direita, para compartilharem no Parlamento Europeu suas experiências sobre os “ataques à liberdade de expressão e a tirania” no Brasil.
No início do discurso, Gayer agradeceu a base conservadora do Parlamento Europeu pelo espaço para expor a situação brasileira e elencou diversos pontos que ilustrariam o que ele considera como uma ditadura vivida atualmente no país.
O congressista brasileiro lembrou que Elon Musk, dono da rede X, revelou que sua plataforma foi obrigada a censurar conteúdos, mas sem informar que a ordem era do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e membro do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Alexandre de Moraes ordenou ao Twitter que censurasse todos os políticos de direita para apagar postagens, apagar perfis e forçá-los a apagá-los, mas não dizendo que era uma ordem judicial, apagá-los dizendo que era contra a sua política interna (…). Por que a Venezuela é considerada uma ditadura em todo o mundo, mesmo pelos esquerdistas? Mas o Brasil não”, indagou.
Gayer prosseguiu dizendo que o Brasil vive hoje o que o político chamou de “transdemocracia”, que, segundo ele, seria definido como “uma ditadura que se identifica como democracia”. O parlamentar chegou a ressaltar, inclusive, que a experiência brasileira poderia ser vista como um “laboratório” para que a prática seja implementada em outros países.
“O Brasil é hoje uma experiência. É um laboratório de como implementar uma ditadura disfarçada de país livre, de democracia. E se tiver sucesso no Brasil, não se enganem, terá sucesso em todos os outros lugares do mundo. Vejo que em muitos outros países eles já estão tentando e já estão experimentando o que está acontecendo no Brasil”, ilustrou.
Por fim, o deputado citou a experiência do jornalista Sergio Tavares, que em sua ida recente ao Brasil para cobrir o ato pró-democracia realizado em São Paulo teve o passaporte retido e foi questionado pela Polícia Federal brasileira a respeito de posicionamentos políticos.
Gayer também fez um alerta para o risco de que congressistas conservadores brasileiros sejam presos em breve.
“Estamos clamando por ajuda ao mundo, pelo amor, liberdade, amor das pessoas do mundo. Por favor, prestem atenção ao que está acontecendo no Brasil. E marquem os rostos dos congressistas que estão aqui hoje. Há uma chance de nossos rostos estarem no jornal em breve, atrás das grades”, completou.