O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, desabafou durante uma entrevista acerca da sua vida após o surgimento do presidente Jair Bolsonaro
Na entrevista, concedida ao Canal UOL, em fevereiro de 2022, Barroso responsabiliza o presidente Jair Bolsonaro dos ataques e críticas que está sofrendo de populares.
“Depois que o presidente começou a me atacar, obsessivamente, aí começam a surgir as ameaças de morte diárias. Aí eu tenho que começar a andar com cinco seguranças. É um inferno! De aborrecido”.
Quando questionado pela Fabíola Cidral sobre as ameaças de morte e quais mudanças aconteceram em sua rotina, Barroso afirma que, em sua maioria, as ameaças são feitas via telefone porque é “mais difícil de deixar rastro”.
“Telefone é o mais comum porque é o mais difícil de deixar rastro. Na minha rotina mudou pouca coisa. Eu continuo indo da minha casa para o Supremo, do Supremo para o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] e para o Rio [de Janeiro], vez por outra”.
Ao ser questionado sobre as ameaças online, o ministro diz que isso se banalizou, mas não tem seguranças online, porque esses arroubos fazem parte pelo papel que exerce e por não fazer concessões.
“Infelizmente, isso se banalizou muito. Como disse, nós vivemos em uma onda de liberação de demônios. Mas, eu tenho muita esperança de que aconteça com o ódio e com a desinformação nas mídias sociais, o que aconteceu com a pornografia, aí nos anos setenta e início dos anos oitenta, que é progressivamente ela vai se deslocando para a margem da história e fica lá no gueto, onde quem quer consumir, vai consumir, mas ela sai do mainstream. Mas eu tenho essa impressão de que nós vamos conseguir superar esse momento”.