Os principais institutos de pesquisas daquele ano passaram 47 dias de campanha prevendo o resultado errado no primeiro turno
Há apenas oito anos, os principais institutos de pesquisas apontaram durante quase toda a campanha eleitoral (47 dias) que a então candidata do PSB a presidente, Marina Silva, disputaria o segundo turno contra a petista Dilma Rousseff, que liderava a corrida eleitoral.
A disputa de segundo turno acabou sendo realizada entre Dilma e o tucano Aécio Neves, e se tornou a corrida presidencial mais apertada da História da democracia brasileira. Resultado muito distante do “retrato do momento” no qual os institutos insistiram entre 16 de agosto e 2 de outubro.
O site Diário do Poder identificou pelo menos 25 levantamentos eleitorais divulgados pelo Datafolha, Ibope (atual Ipec), Vox Populi e MDA, que eram os principais da época, e todos apontavam uma disputa Dilma-Marina no segundo turno. O primeiro Datafolha de outubro, a apenas quatro dias da eleição, ainda apostava em Marina.
Já a última pesquisa de cada um desses institutos antes do primeiro turno de 2014, todas divulgadas apenas entre 4 e 6 de outubro, alterou a previsão que mantiveram durante 47 dias de campanha, e apontaram que o tucano Aécio iria ao segundo turno.
A eleição daquele ano teve uma particularidade: Marina apenas assumiu o papel de candidata em agosto, após a morte do governador Eduardo Campos, que era o candidato do PSB, em um acidente de avião. A partir de meados daquele mês todas as pesquisas eleitorais apostavam que Marina estava praticamente garantida no segundo turno.
Previsões 2018 foram piores
Levantamento com 97 pesquisas eleitorais realizado pela Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder, no início de agosto deste ano, já demonstrou que todos os institutos erraram suas previsões para as eleições presidenciais de 2018. Até mesmo na véspera da eleição de 2018 Ibope, Datafolha e Ipespe previam que Bolsonaro teria 36% dos votos. Ele acabou com mais de 46%.
Chute vs. realidade
Depois de muitas previsões (erradas), Dilma venceu com 41,59% contra 33,55% de Aécio. Na melhor das hipóteses, os quatro principais institutos previam apenas 24% para Aécio Neves.
Já o segundo turno acabou 51,64% de Dilma contra 48,36% de Aécio e continua a ser a corrida mais apertada pelo Palácio do Planalto desde a redemocratização.