Em 2 dias, polícia registra 7 planos de ataques em escolas de São Paulo

‘Efeito contágio’ preocupa Secretaria da Segurança Pública do Estado

A Polícia Civil de São Paulo registrou sete boletins de ocorrências envolvendo planos de adolescentes em relação a ataques no ambiente escolar. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), os casos aconteceram entre segunda-feira 27 e ontem.

A suspeita, conforme a Polícia, é que a ampla divulgação de imagens do ataque ocorrido na escola da Vila Sonia, em São Paulo, quando um adolescente de 13 anos matou uma professora e feriu cinco pessoas, esteja motivando outras ações de jovens.

As ocorrências registradas são da área do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro). São relativos ao crime de ameaça e apreensões de objetos, como facas e simulacros de armas de fogo.

Casos registrados no Estado

Em São Paulo, um adolescente do 9º ano do ensino fundamental foi armado ao colégio. A ocorrência chegou à polícia pelo Disque Denúncia. Em Itapecerica da Serra, uma mãe relatou que o filho foi ameaçado por outro estudante em uma escola. O adolescente teria feito promessas de um ataque similar ao da Vila Sônia.

Em outra ocorrência, policiais foram informados de que um aluno estava próximo da escola com uma arma. Durante a abordagem, os PMs encontraram um simulacro de arma de fogo.

Em Santo André, na região do ABC Paulista, um aluno ameaçou esfaquear uma professora durante a aula, usando como exemplo o caso da escola da Vila Sônia. Ele ainda disse que faria o mesmo no dia seguinte.

Também em Santo André, o coordenador de uma escola não autorizou entrada de um aluno pelo fato de outros estudantes terem afirmado que ele estaria armado. Dias antes, o jovem havia brigado com outro colega e feito ameaças de morte. A PM localizou com o jovem um simulacro de arma de fogo. Na mesma cidade, em outra escola, uma criança de 11 anos foi para a escola levando uma arma de brinquedo.

Já em São Bernardo do Campo, a PM foi informada pela vice-diretora de que havia um aluno portando pequeno punhal em sala de aula. O estudante disse à polícia que levou o objeto apenas para mostrar aos colegas, sem ter ameaçado ninguém, mas relatou que vinha sofrendo ofensas e teria adquirido o punhal para se sentir mais seguro.

Reação da governo

Diante dos casos de ameaça frustrados pela polícia, a SSP reforçou o pedido para cessar o compartilhamento e publicações de imagens do ataque na escola da Vila Sônia. “O efeito contágio é uma realidade e está demonstrando na prática o que acontece quando um caso é divulgado exaustivamente dessa maneira”, disse o secretário Guilherme Derrite.

“Nós estamos trabalhando para identificar e coibir possíveis casos, porque esse é o papel do Estado. Entretanto, peço que cada um reveja a sua responsabilidade enquanto sociedade”, destacou o secretário.

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