Presidente contestou a ação da Justiça Eleitoral do Paraná contra o ex-juiz em razão de suposto material de campanha irregular
O presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu o ex-ministro da Justiça Sergio Moro (União Brasil-PR) nesta terça-feira, 6, em menção ao episódio de busca e apreensão na casa do candidato ao Senado. As declarações foram dadas em entrevista ao vivo ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News.
O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) cumpriu, no sábado 3, mandados de busca e apreensão na casa de Moro, por determinação da Justiça Eleitoral. A intenção era encontrar supostos materiais de campanhas irregulares na casa do candidato ao Senado. A decisão acatou o argumento de advogados do PT, que informaram que diversos artigos impressos do candidato do União Brasil violam padrões de tamanho de fonte para o nome do suplente.
“Não tenho nada para defender Moro, tenho péssimas recordações enquanto ministro meu, que poderia ter feito muita coisa, não fez. Mas esse fato de ir na casa do Moro, até que fosse outro local, até comitê, escritório político dele, é uma agressão. Por causa de tamanho de letra? Faz por escrito. Uma covardia que fizeram com ex-ministro Moro”, comentou Bolsonaro.
No entanto, ao longo da entrevista, Bolsonaro voltou a contestar a lealdade política de Moro, em menção à época em que o ex-juiz foi integrante do seu governo. O presidente reclamou especificamente da ligação do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública com João Doria, ex-governador de São Paulo.
“Sergio Moro tinha tudo para ser um excelente político, trazia uma bagagem muito grande lá atrás da Lava Jato, tinha tudo, talvez, para ser meu vice, e depois em 2026 candidato a presidente”, declarou Bolsonaro.
“Algo subiu à cabeça dele, as amizades que ele cultivou ao longo desse tempo dele de ministro levaram a isso. Muito chegado ao Doria em São Paulo. Fiquei sabendo que era comum ele visitar o Doria em São Paulo, nunca reportou nada para mim. Podem dizer que não deve satisfação a mim, mas deve”, acrescentou o presidente.