Governo federal decidiu permitir imunização apenas para jovens entre 12 e 17 anos com comorbidades
Após o Ministério da Saúde mudar seu posicionamento e suspender a vacinação contra a Covid-19 para adolescentes sem comorbidades, o governo de São Paulo decidiu se manifestar nesta quinta-feira (16). Em nota, a gestão de João Doria criticou a medida e disse que a decisão menospreza “o impacto da pandemia na vida deste público”.
A suspensão foi divulgada pelo governo na noite de quarta-feira (15), por considerar que os os benefícios da vacina “não estão claramente definidos” para adolescentes. Com isso, a imunização deverá ficar restrita a três perfis específicos: adolescentes com deficiência permanente; adolescentes com comorbidades; e adolescentes que estejam privados de liberdade.
Para o governo paulista, no entanto, a medida “vai na contramão de autoridades sanitárias de outros países, cria insegurança e causa apreensão em milhões de adolescentes”.
Em nota, a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 apontou ainda que “três a cada dez adolescentes que morreram com Covid-19 não tinham comorbidades em São Paulo. Este grupo responde ainda por 6,5% dos casos e, assim como os adultos, está em fase de retomada do cotidiano, com retorno às aulas e atividades socioculturais”.
“Infelizmente, e mais uma vez, as diretrizes do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde chegaram com atraso e descompassadas com a realidade dos estados, que, em sua maioria, já estão com a vacinação em curso”, continuou o governo de São Paulo.
Durante visita a Araçutuba, Doria disse que pretende manter a orientação de seu comitê científico e manter a vacinação de jovens entre 12 e 17 anos.
“Em relação à vacinação, São Paulo segue a orientação do PEI, Plano Estadual de Imunização, e seu comitê científico. Nós temos médicos, especialistas; são infectologistas. A orientação deles, salvo algum fato novo, é manter a vacinação dos jovens de 12 a 17 anos. Vamos continuar a vacinar. Já vacinamos todos com comorbidades e, agora, estamos vacinando todos até essa faixa etária de 12 anos. O plano de SP vai seguir vacinando os adolescentes com o mesmo cuidado [com] que já vacinamos mais de 55 milhões 200 mil pessoas aqui, em São Paulo”, destacou.