Grupo de exploradores avisaram que a viagem era arriscada e precisava de certificação
Quando soube que o submarino Titan estava desaparecido, o diretor de cinema James Cameron, que dirigiu o filme Titanic (1997), suspeitou que havia ocorrido um desastre. Sua experiência no ramo o fez entender desde o começo que o pior poderia ter acontecido.
“Para o sistema eletrônico, a comunicação e o rastreamento falharem simultaneamente… O submarino tinha ido embora”, comentou ele para a BBC News.
E continuou:
“Eu imediatamente telefonei para alguns dos meus contatos que trabalham com submersíveis profundos. Em cerca de uma hora, recebi as seguintes informações: eles [tripulantes] estavam em movimento de descida. Estavam a 3.500 metros de profundidade, indo para o fundo, a 3.800 metros. Os sinais de comunicação e navegação foram perdidos… Eu pensei instantaneamente: você não pode perder a comunicação e a navegação juntas sem que um evento catastrófico extremo tenha acontecido. E a primeira coisa que me veio à mente foi uma implosão”.
Especialista e experiente explorador de profundezas, o canadense sabia do experimento da OceanGate Expeditions e afirmou à imprensa que a comunidade de exploradores havia alertado o grupo sobre os perigos.
“Muitas pessoas da comunidade estavam preocupadas com este submarino e até escreveram cartas à empresa dizendo que o que eles estavam fazendo era muito experimental e que precisava de certificação”, disse.
Cameron já visitou os destroços do Titanic 33 vezes e ficou chocado com a morte das cinco vítimas que estavam dentro do submersível que desapareceu no domingo (18) e foram dadas como mortas nesta quinta-feira (22).
Inclusive, ele era próximo do piloto francês Paul-Henry Nargeolet que ele conhecia há 25 anos. “[Saber] que ele tenha morrido dessa forma trágica é quase impossível de processar”, amentou o cineasta.