O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, não compareceu à audiência da Comissão de Segurança Pública do Senado nesta 3ª feira (19) para prestar esclarecimentos sobre o caso do jornalista português Sérgio Tavares.
Andrei mandou em seu lugar o diretor de Polícia Administrativa, Rodrigo de Melo Teixeira.
O jornalista ficou “retido” no Aeroporto de Guarulhos ao chegar no Brasil para registrar o ato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 25 de fevereiro.
O presidente da comissão, senador Sérgio Petecão (PSD-AC), disse que o diretor-geral ligou se colocando à disposição, mas alegando que o enviado poderia ajudar mais nos esclarecimentos.
“Era uma questão de cordialidade importante receber o diretor da Polícia Federal, mas nós vamos fazer os questionamentos ao senhor Rodrigo e, se não nos sentirmos contemplados, a gente chama o ministro ou o diretor-geral da Polícia Federal”, disse o senador Girão.
Rodrigo de Melo Teixeira explicou que sua diretoria trata dos assuntos ligados a portos, aeroportos e controle migratório e que sua avaliação seria “mais indicada” para ajudar nos esclarecimentos.
Diretor da PF escorrega em depoimento à Comissão de Segurança do Senado
O diretor da Polícia Federal admitiu aos senadores que as opiniões do jornalista português Sergio Tavares estavam sendo monitoradas. Da mesma forma, disse que o jornalista foi detido por causa de “manifestações da internet”, apesar de não haver nenhum processo ou condenação contra ele no Brasil.
Veja o vídeo
OPINIÃO
Só ditaduras vigiam cidadãos nacionais e estrangeiros por suas opiniões. Não há lei que restrinja a entrada no Brasil de quem tem a crença x ou y sobre ministros ou sistemas eleitorais.
E, ao contrário do que diz o diretor da PF, as pessoas têm toda a liberdade de dizer o que quiserem.
Caso um cidadão comum ou uma autoridade se sinta prejudicado pelas palavras, pode prestar queixa por injúria, calúnia ou difamação – e então iniciar o devido processo legal.
Ter opinião não é crime. Censura prévia, sim.
A pergunta que fica: a PF monitora cidadãos estrangeiros? Se sim, o critério é ser de direita?