Direita vence candidata de Rafael Correa no Equador

Daniel Noboa vai substituir Guillermo Lasso, que dissolveu o Parlamento e antecipou eleições

O ex-deputado Daniel Noboa, de centro-direita, venceu as eleições no Equador no domingo 15. Com 95% das urnas apuradas, ele obteve 52% dos votos válidos contra 48% de Luisa González, candidata de esquerda ligada ao ex-presidente Rafael Correa (2007 a 2017), que está exilado na Bélgica depois de ter sido condenado por corrupção.

“Hoje encerramos o capítulo da campanha e amanhã começamos a trabalhar pelo novo Equador”, comemorou Daniel Noboa em um rápido discurso depois da consolidação do resultado. “Quero agradecer a todas as pessoas que têm sido parte de um projeto político novo, jovem, improvável, cujo fim era devolver o sorriso, a paz, a educação e o emprego ao país.”

Presidente eleito do Equador é empresário e deputado

Noboa, deputado eleito em 2021, tem 35 anos e é filho de Álvaro Noboa, empresário do setor de bananas, que já concorreu ao cargo cinco vezes, três delas contra Correa. Nascido em Guayaquil, cidade mais populosa do país, o presidente eleito construiu boa parte de sua carreira no setor privado. Formou-se em administração de empresas na Universidade de Nova York e cursou três mestrados nos EUA, um deles em Harvard.

Fundou a própria empresa de eventos, aos 18 anos, e mais tarde foi trabalhar no conglomerado do pai.

Guillermo Lasso ex-presidente do Equador

Noboa vai substituir Guillermo Lasso, que se aliou a deputados de esquerda para obter governabilidade. Mesmo assim, Lasso foi alvo de dois processos de impeachment. Para evitar perder o cargo, dissolveu o Parlamento e convocou estas eleições antecipadas, organizadas às pressas. Com isso, Noboa terá um mandato de apenas um ano e meio, até 2025. Ele deve assumir na primeira semana de dezembro.

A redução da criminalidade e a geração de empregos foram os principais temas da campanha. Em agosto, um dos candidatos — Fernando Villavicencio — foi assassinado. Os suspeitos do crime — sete colombianos — foram mortos na prisão, o que aumentou a tensão no país. Porém, ainda não se sabe quem mandou matar o presidenciável.

Nos últimos anos, o narcotráfico dominou o Equador, antes considerado seguro. A taxa de homicídios triplicou. Nessas condições e depois do assassinato de Villavicencio, os outros candidatos decidiram usar coletes à prova de balas durante toda a campanha, e o esquema de segurança foi reforçado com militares, policiais e revistas em todos os colégios eleitorais.

Com esses problemas em vista, Noboa prometeu abrir “prisões-barco” para isolar os criminosos mais perigosos e criar um centro de inteligência para prevenir crimes. Ele também falou, durante a campanha, na criação de empregos e vagas universitárias para os jovens. Na economia, diz que vai proteger a dolarização, facilitar o crédito para pequenas e médias empresas, dar incentivos fiscais e atrair investimentos estrangeiros.

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