Ministro da Justiça se pronunciou sobre os julgamentos realizados na Suprema Corte
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, defendeu a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de condenar os três primeiros réus pelos atos de 8 de janeiro. Em seu perfil na rede social X, antigo Twitter, Dino chamou a postura do STF de “justa resposta”.
“Acredito que essa incidência das leis significa uma justa resposta aos autores dos crimes e, ao mesmo tempo, uma diretriz preventiva em favor dos bens jurídicos tutelados, especialmente a Constituição e o Estado de Direito”, escreveu Dino.
Curiosamente, a pasta chefiada por Flávio Dino foi o tema central de uma discussão entre os ministros André Mendonça e Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (14), durante o julgamento do primeiro réu pelos atos.
Durante a sessão, Mendonça disse não conseguir entender como o Planalto “foi invadido da forma como foi invadido” e afirmou que, como ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PL), em eventos semelhantes ele “estava de plantão, com uma equipe à disposição, para impedir o que aconteceu”.
Em determinado momento, Moraes interrompeu o ministro e afirmou que as investigações “mostram claramente” que tal facilidade se deu devido à atuação da Polícia Militar do Distrito Federal.
“Quando o ministro da Justiça que sucedeu vossa Excelência [o então secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres] fugiu para os Estados Unidos, fugiu e jogou o celular dele no lixo e foi preso (…). Vossa Excelência vem no Plenário do STF dizer que houve conspiração do governo contra o próprio governo, tenha dó”, disse Moraes.
Mendonça, porém, rebateu a declaração e repetiu três vezes a frase: “Não coloque palavras na minha boca”.
“Tenha dó, vossa Excelência”, completou.
Em meio à discussão, Mendonça disse que “queria ver e o Brasil quer ver os vídeos” do circuito interno de segurança do Ministério da Justiça, algo que também tem sido questionado exaustivamente pela oposição ao governo Lula.
“A Polícia Rodoviária Federal tinha condições de evitar a tragédia. Houve falhas sistêmicas na PMDF, mas também há dúvida razoável sobre como esse grupo entra com a facilidade como entrou, não digo no Supremo, no Congresso, mas no Planalto. É inconcebível! Onde estava todo o efetivo da Força Nacional? Chama atenção ao Ministério da Justiça não disponibilizar”, completou.