O presidente Lula deu início a um processo de “desbolsonarização” no governo, com a demissão de funcionários em cargos do segundo escalão, atingindo, inclusive, militares. Já foram desligadas mais de 1,4 mil pessoas do Executivo.
O pente-fino é comandado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa. A ordem do Palácio do Planalto é também “desmilitarizar” a administração federal, noticiou o jornal O Estado de S. Paulo, neste sábado, 7.
Na lista, estão integrantes das Forças Armadas, policiais, mulheres e filhos de oficiais que ocupavam funções importantes na gestão Bolsonaro. As vagas serão repassadas a apadrinhados de políticos aliados de Lula.
Um dos exonerados no primeiro dia de governo petista foi Ramos Machado, tenente-coronel do Exército que estava na Secretaria Especial de Saúde Indígena, ligada ao Ministério da Saúde. O posto será ocupado pelo advogado Weibe Tapeba, vereador do PT em Caucaia (CE).
Outra exonerada foi Selma de Pinho, mulher do almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha no governo Bolsonaro. Ela ocupava cargo de confiança na Secretaria-Geral da Presidência.
Na primeira semana, o governo focalizou na substituição de cargos de comando, no primeiro e segundo escalões. A partir desta semana, a meta é definir os demais cargos.
A “desmilitarização” havia sido anunciada por Lula antes da campanha eleitoral. Em abril do ano passado, durante um evento da Central Única dos Trabalhadores, o petista prometeu tirar militares dos cargos políticos.
Bolsonaro foi o presidente que mais nomeou militares no primeiro escalão. O Tribunal de Contas da União identificou pouco mais de 6 mil oficiais em cargos comissionados em 2020. Em 2016, quando o PT deixou o poder com o impeachment de Dilma Rousseff, foram identificados quase 3 mil.