Informação diverge do que foi alegado pela Polícia Federal, que acusou o ex-assessor de ter viajado para os Estados Unidos em dezembro de 2022
Um documento da Latam Airlines obtido pela defesa de Filipe Martins, ex-assessor para assuntos internacionais da Presidência, atestou que ele comprou um bilhete para viajar para Curitiba (PR) no dia 31 de dezembro de 2022. Essa informação derrubaria a tese da Polícia Federal (PF) de que Martins viajou com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para Orlando um dia antes.
De acordo com o que alega a corporação, Martins teria deixado o Brasil no avião presidencial rumo aos Estados Unidos no dia 30 de dezembro de 2022. A PF argumentou que o Departamento de Segurança Interna americano registrou a entrada do ex-assessor no país. No entanto, a prova dessa informação nunca foi apresentada pela PF.
No documento da Latam levantado pela defesa, no entanto, Filipe está nos registros e na lista de passageiros do voo LA3680 com destino a Curitiba, ou seja, ele comprou a passagem e pode ter feito o check-in. A aeronave que realizou a viagem decolou às 16h50min de 31 de dezembro de 2022 e pousou às 18h40 do mesmo dia.
Na última segunda-feira (11), o ministro Alexandre de Moraes intimou a Latam para que confirmasse se o ex-assessor embarcou no voo para Curitiba. O magistrado também acionou o Aeroporto Internacional de Brasília para informar se foram registradas imagens dos embarques da comitiva presidencial com destino a Orlando.
Martins foi preso no dia 8 de fevereiro após PF argumentar justamente que o ex-assessor teria tentado fugir do país e que não sabia com exatidão seu destino e local de moradia. Moraes concordou com a solicitação e determinou a prisão de Filipe.
No entanto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) se posicionou no último dia 1° de março a favor da soltura do ex-assessor. Na manifestação, o órgão destacou exatamente que a documentação apresentada pela defesa de Filipe comprovaria que ele ficou no Brasil e que não havia plano de fuga.