Dirigente da sigla reuniu-se com ministro de Lula antes de insinuar apoio à sua indicação ao STF
Parlamentares do Partido Liberal (PL) alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) demonstraram insatisfação com a reunião que o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, teve com o ministro da Justiça, Flávio Dino. O encontro ocorreu dias antes de o dirigente da legenda declarar apoio a uma possível indicação de Dino ao Supremo Tribunal Federal (STF), segundo informações da coluna de Igor Gadelha, do portal Metrópoles.
Por meio do X, antigo Twitter, o deputado federal André Fernandes (PL-CE) chamou o caso de “escândalo”.
“É um escândalo essa matéria de que Valdemar teria se reunido com Flávio Dino antes de declarar que o PL o apoiaria para o STF. Se isso for verdade, merece nosso total repúdio! Não pode existir diálogo com comunista. O PL mudou e hoje a sua maioria é de direita. Valdemar precisa se pronunciar URGENTE!”, instou o parlamentar.
O também deputado e ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (PL-SP), foi outro parlamentar a demonstrar insatisfação. Ele compartilhou a matéria em questão e disse que está no “DNA” de Valdemar agir dessa maneira.
O encontro com Dino teria ocorrido no dia 19 de setembro, embora não constasse na agenda oficial do ministro. Na ocasião, Valdemar estava junto do líder do partido na Câmara, Altineu Côrtes. O deputado disse à coluna que ele mesmo pediu a agenda e solicitou que Valdemar o acompanhasse. Côrtes afirma que o tema da reunião era a segurança pública no estado do Rio de Janeiro.
A declaração de Valdemar prevendo que a bancada de senadores do PL deve votar a favor de Dino caso Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o indique à Suprema Corte veio uma semana após o encontro: “Se for um cidadão preparado, que é o caso, devemos votar a favor”, disse ele à CNN.
A fala pegou senadores e deputados do partido de surpresa e gerou reação de alguns deles:
“Minha posição pessoal é que JAMAIS votaria a favor de uma pessoa arrogante, prepotente, que defende aborto, não combate o tráfico de drogas e armas, debocha do Senado e usa sua polícia para perseguir políticos até do governo que integra, quem dirá opositores. Não passaria”, se pronunciou Flávio Bolsonaro (PL-RJ) nas redes sociais.