Delator diz que vereador do PT criou esquema com ônibus para lavar dinheiro do PCC em São Paulo

Ao menos duas empresas de ônibus que atuam na capital paulista, com contratos milionários com a Prefeitura de São Paulo, são suspeitas de terem ligação com a quadrilha

A Polícia Civil investiga a ligação do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que domina o tráfico de drogas em São Paulo, com o transporte público da capital paulista. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, graças a um conjunto de informações fornecido por um delator, a investigação apontou a participação da facção criminosa PCC no transporte público paulistano, e a suposta ligação com o vereador Senival Moura (PT), chegou à identidade dos suspeitos.

O petista foi o responsável por indicar aos agentes todas as pessoas possivelmente envolvidas no homicídio do ex-presidente da empresa, Adauto Soares Jorge, e integrantes de um suposto esquema de lavagem de dinheiro que envolve a facção e a empresa de ônibus Transunião, ligada ao vereador do PT.

Ainda de acordo com o veículo, o homem, identificado nos documentos pelo codinome “Guilherme”, garantiu aos policiais que o vereador foi figura central na trama que levou ao assassinato de Adauto, em março de 2020.

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“Desta feita, as pessoas que o sucederam no comando da cooperativa, e depois da empresa, sempre foram, em verdade, seus ‘laranjas’ porque a última palavra sempre foi dele. Neste contexto, Adauto era, sim, mais um dos ‘laranjas’ que ao longo do tempo se postaram na condição de ‘representantes’ de Senival”, diz trecho do relatório com a versão narrada pelo delator publicado pela Folha.

De acordo com a polícia e o Ministério Público de São Paulo (MPSP), ao menos duas empresas de ônibus que atuam na capital paulista, com contratos milionários com a Prefeitura de São Paulo, são suspeitas de terem ligação com a quadrilha.

Juntas, as empresas investigadas transportam cerca de 840 mil passageiros por dia. Esse número representa cerca de 12% de todos os usuários do sistema público da capital diariamente. A suspeita da polícia é que as empresas de ônibus de São Paulo sejam usadas por membros do PCC para lavar dinheiro.

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