Decisão de Moraes dá força a projeto de pesquisas

Mobilização está sendo coordenada pelo líder do governo na Casa, Ricardo Barros (PP-PR)

A decisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, que impediu o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de investigar os institutos de pesquisas eleitorais Datafolha, Ipec e Ibespe deu força ao projeto de pesquisas que tramita na Câmara.

Líderes partidários iniciaram ainda na manhã desta sexta-feira, 14, as conversas para que a proposta do projeto de pesquisas seja colocada em votação. A mobilização está sendo coordenada pelo líder do governo na Casa, Ricardo Barros (PP-PR). O projeto é de autoria do próprio líder do governo, e prevê prisão de até dez anos para quem publicar pesquisa divergente nos 15 dias anteriores ao pleito.

“A decisão dele ajuda na construção da solução legislativa. Estamos consultando para os avanços”, afirmou Barros a Revista Oeste.

A proposta do governo ganhou força depois do primeiro turno das eleições deste ano. Os erros mais graves das pesquisas de intenção de voto divulgadas às vésperas das eleições, com maior discrepância entre a sondagem e o resultado das urnas, foram em desfavor de candidatos apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Apesar da mobilização, o líder do governo considera difícil que a proposta seja apreciada ainda antes do segundo turno das eleições, em 30 de outubro.

“Entre o primeiro e segundo turno talvez não aconteça a votação, para não ficar parecendo uma reação a determinado candidato”, disse Barros.

A posição de Barros é corroborada por Lira. Na análise do presidente da Câmara, é preciso tornar mais rígida a legislação, a fim de evitar a repetição das divergências entre as pesquisas e o resultado final do primeiro turno da eleição.

“Eu creio que o mais efetivo será a votação de um projeto de lei, e, se essas alterações acontecerem, eu penso que as pessoas vão olhar com um pouco mais de seriedade, porque hoje a pesquisa perdeu credibilidade. Não se pode usar a mesma metodologia e ter resultados tão díspares.”

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