De saída, ex-reitor da UFPel faz live e afirma: “o presidente jamais terá sossego aqui”

O ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pedro Hallal, em live com outros professores, na tarde desta quinta-feira (7), último dia de trabalho dele, afirmou que a instituição pública não será regida por Isabela Fernandes Andrade, que foi nomeada reitora, em decisão assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, no dia 6 de janeiro.

“Nenhuma universidade do Brasil teve a coragem de fazer o que a UFPel vai fazer: a UFPel vai ter a sua primeira dupla de reitores da história. O reitor eleito e a reitora nomeada vão trabalhar lado a lado, tomando juntos todas as decisões sobre o futuro da UFPel”, disparou, destacando que a entidade será comandada, pelos próximos quatro anos, por Paulo Ferreira Júnior, reitor eleito pela comunidade acadêmica e Isabela, reitora nomeada pelo chefe do Executivo.

Isabela Andrade, Paulo Ferreira e Pedro Hallal

E continuou: “Nas formaturas, os estudantes terão a presença dos dois. Nas reuniões com entidades, com prefeitos, com outros reitores, a UFPel também será representada por uma dupla de reitores”, explicou.

“O presidente jamais terá sossego aqui, na UFPel! Será marcado como um ato de resistência histórica. Aqui, não! O senhor não manda, absolutamente, nada na UFPel! Saiba isso, hoje, como já lhe disse inúmeras vezes: o senhor não manda nada na Universidade Federal de Pelotas. Quem manda na UFPel é a nossa comunidade. O senhor é desprezível!”

Por ser uma universidade federal, a Constituição prevê que o presidente da República escolha o nome de quem vai ocupar o cargo. Em outros anos, tradicionalmente, eram escolhidos os primeiros colocados. Mas, Bolsonaro não é obrigado a optar por aquele nome que a comunidade acadêmica votou.

Juridicamente, não há nem como contrariar a decisão do Governo Federal. Por isso, Hallal está entregando a Paulo Ferreira, primeiro colocado na lista tríplice, um cargo de assessor; para que possa trabalhar, diretamente, com Isabela no gabinete da reitoria.

“Na prática, esse é um assunto que é muito maior que a UFPel. Esse assunto está no Supremo Tribunal Federal (STF). A gente vai participar do movimento junto com as demais universidade para tentar garantir o que a gente sempre defendeu, que a universidade escolha seu reitor. Juridicamente, não tem muita possibilidade de reversão, exceto se o STF votar na nomeação do primeiro da lista”, admite Hallal.

Em outubro de 2020, alunos, professores e demais servidores avisaram que fariam um “pacto” no registro de candidatos a reitor para “neutralizar” a indicação, supostamente, contrária ao desejo da maioria da comunidade. Mas, apesar da tentativa, a escolha coube ao presidente, pois nada o impede de optar por outra pessoa que não esteja em primeiro lugar.

Em agosto do ano passado, também em “ato de resitência” um extenso grupo de estudantes da UFPel tinha até grupo no whatzap para “matar” o presidente. Uma denúncia chegou ao Ministério Público e as mensagens comprometedoras foram deletadas.

Os estudantes migraram para outras redes sociais para continuar, segundo eles, a “luta” e “resistência”.

Estudar que é bom, nada!!!

Fonte: Jornal da Cidade

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