Datena irá recorrer de processo: ‘Ofensa coisa nenhuma’

Apresentador chamou policial militar de “desequilibrado” no ar

Durante o programa Brasil Urgente desta quarta-feira (21), o apresentador José Luiz Datena falou sobre a decisão da Justiça de São Paulo, que determinou o pagamento de uma indenização de R$ 5 mil por danos morais a um policial militar. Ele disse que irá recorrer da sentença.

Datena também se defendeu e alegou que estava defendendo um colega.

“Fui condenado por defender um colega meu e assim farei até a morte. Eu não fui condenado a indenizar a Polícia Militar por ofensa coisa nenhuma. Eu disse que o cara não tem o equilíbrio necessário para usar uma farda da Polícia Militar. E eu continuo achando isso, e é por isso que nós vamos recorrer. Como cabe recurso, eu tenho direito a recurso. Eu fui condenado porque, quando a gente foi fazer um acidente, e a gente colabora pra caramba com o Corpo de Bombeiros, veio um cidadão e empurrou o nosso cinegrafista ostensivamente. Não sei por que o nosso cinegrafista e nem a Band não fizeram boletim de ocorrência sobre isso. Empurrou ostensivamente o nosso cinegrafista com o argumento de que ele não podia ficar naquele local, que era perigoso”.

ENTENDA O CASO

José Luiz Datena foi condenado pela Justiça de São Paulo a indenizar o policial militar Leonardo Oliveira Neves por danos morais. O processo teve início em agosto de 2020, quando, ao noticiar um acidente no centro de São Paulo, o apresentador da Band chamou o policial de “desequilibrado” e o acusou de agredir um cinegrafista da emissora.

De acordo com o colunista do UOL Rogério Gentile, o policial alegou à Justiça que teve de falar energicamente com o cinegrafista da Band, pois ele insistia em permanecer na chamada “zona quente”, local onde o veículo estava tombado com o perigo de uma explosão.

“Isso, para mim, é agressão. Esse cidadão aí empurrou o nosso cinegrafista! Isso aí é uma atitude incompatível com a Polícia Militar”, disse Datena, revoltado na época.

O policial Leonardo recorreu à Justiça, explicando que a resposta enérgica foi apenas para assegurar a segurança do profissional.

Datena foi condenado, juntamente com a TV Bandeirantes, que esperava que a Justiça realizasse uma perícia a fim de atestar se o policial empurrou ou não o cinegrafista.

“O movimento do braço do policial evidencia que houve um toque entre o policial e o cinegrafista, o que é absolutamente inadequado, tendo em vista que o cinegrafista não representava nenhuma ameaça ao policial ou ao resgate em andamento’, afirmou a emissora à Justiça.

No entanto o juiz Luís Eduardo Scarabelli não considerou necessária a realização da perícia por não haver excesso e indício de agressão.

“Aliás, sua conduta foi louvável na medida em que buscou preservar o direito à vida não só da vítima do sinistro, mas também dos transeuntes locais, inclusive a [vida] do profissional da emissora de TV”, afirmou o juiz na sentença.

O policial pediu a quantia de R$ 40 mil de indenização, mas receberá R$ 5 mil.

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