A política brasileira tem dessas coisas. Há quem se engane e fique com um real de troco ou menos e também tem aqueles que, da mesma forma que os anteriores, usurpam do dinheiro alheio e se utilizam de mais de R$ 1 milhão por artimanha ou astúcia.
Esse foi o caso do deputado federal Helder Salomão (PT-ES).
Crítico convicto do orçamento secreto, ele destinou R$ 1,3 milhão em emendas, mas alega que assinou os repasses das verbas sem ler, coitadinho.
O petista disse que não sabia a origem dos recursos que encaminhou para o Hospital Evangélico de Vila Velha (R$ 500 mil); Hospital Rio Doce de Linhares (R$ 400 mil); Prefeitura de Marilândia (R$ 200 mil) e Prefeitura de Divino São Lourenço (R$ 200 mil) e que a culpa seria da colega de parlamento, Rose de Freitas (MDB-ES), que foi presidente da Comissão Mista de Orçamento.
O parlamentar justificou que foi da senadora a ideia de pedir a verba, mas que ela não falou, em nenhum momento, qual a origem do recurso, e ele também não perguntou.
Ao tomar ciência de que vinham do ‘orçamento secreto’, ele tentou reverter o pedido, mas não era mais possível, segundo ele, porque já estavam cadastrados no Fundo Nacional de Saúde.
Durante as eleições deste ano, o petista criticou quem se utilizava do orçamento secreto e, questionado, se ainda defendia a mesma posição. Salomão respondeu que continua sendo favorável ao fim das emendas de relator.