No segundo dia de atividades da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), deputados discutem se a palavra “p****” é um palavrão. Tudo começou com um protesto de um parlamentar após o Delegado Éder Mauro (PL-PA) falar o xingamento.
“Querer pensar em colocar na cabeça do povo brasileiro que está nos assistindo que MST planta alguma coisa, que MST é produtor. P**** nenhuma. Não plantam nada”, afirmou Éder Mauro.
Então o deputado Paulão (PT-AL) pediu para que as palavras fossem tiradas dos anais. “Não é prudente para a imagem da Câmara”, disse.
O delegado seguiu com uma tréplica: “Quero dizer ao colega que procure no dicionário a palavra p**** e me diga se é alguma coisa depreciativa. Que eu saiba é uma interjeição que causa espanto e simplesmente isso”, disse. “Se ele me provar o contrário, aí o senhor pode tirar dos anais de quem quiser, mas por enquanto não”.
Segundo o dicionário Michaelis, a palavra tem, entre os possíveis significados, “pênis” e “esperma”. Em outro contexto, diz o verbete no glossário, pode também exprimir espanto ou aborrecimento, como aconteceu no caso.
Nesta quarta-feira (24), deputados apreciaram 15 requerimentos e aprovaram 11 – destes, sete são convites. Entre os chamados, o ex-ministro do Desenvolvimento Agrário Raul Jungmann, o secretário de Segurança Pública de do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, dois ex-integrantes do MST e a ex-secretária especial do ministério da Agricultura Luana Ruiz.