O governo tentou transformar a convocação de Stédile em convite, mas não obteve sucesso
Os membros da CPI do MST aprovaram, nesta terça-feira, 20, a convocação de José Rainha, um dos líderes da Frente de Nacional de Luta (FNL). Ainda não há uma data para o comparecimento dele no colegiado.
De autoria do deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), inicialmente o requerimento convocava Zé Rainha na condição de investigado, mas foi convertido para a condição de testemunha.
Rainha é um dos fundadores do MST, mas, devido a um “racha” no movimento, ele se desfiliou posteriormente. No início de março, a Polícia Civil de São Paulo o prendeu, sob suspeita de extorsão de proprietários de terras na região do Pontal do Paranapanema, no oeste do Estado.
Com Zé Rainha também foram apreendidas armas supostamente usadas em conflitos agrários. Cerca de três meses depois, o Tribunal Justiça de São Paulo soltou, em caráter liminar, o líder da FNL.
Na CPI do MST, Zé Rainha deve explicar as acusações de extorsão e as ações promovidas pelo movimento, como “Carnaval Vermelho” e “Abril Vermelho”.
CPI do MST também ouve Stédile
Entre os requerimentos aprovados ontem, estão a convocação de João Pedro Stédile, líder do MST; e um convite ao diretor da Polícia Rodoviária Federal, Antônio Fernando Oliveira. Estavam em pauta mais de 40 documentos.
O governo tentou transformar a convocação de Stédile em convite, mas não obteve sucesso. A base ainda firmou um acordo para retirar de pauta um requerimento de convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa. O intuito era blindar o governo, que enfrenta dificuldades na articulação com o Congresso.
No entanto, o relator do colegiado, Ricardo Salles (PL-SP), disse que o governo quebrou parte do acordo fazendo obstrução na pauta do dia. Desse modo, o parlamentar afirmou que a convocação de Costa deve ser apreciada na próxima sessão da CPI, na quarta-feira 21.