País terá colheita recorde enquanto o mundo passa por retração
Ao mesmo tempo em que o agronegócio do Brasil amplia a produção de grãos do país, a soma da safra mundial deve enfrentar a primeira retração em quatro anos. A previsão da queda é da Organização das Nações Unidas (ONU).
De acordo com a Agência da ONU para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), a safra de grãos do mundo todo deve atingir 2,87 bilhões de toneladas em 2022. Essa quantia representa uma redução de 16 milhões de toneladas sobre o resultado de 2021.
No Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento projeta volume recorde de 271 milhões de toneladas para a colheita de grãos em 2022. Ou seja: a mesma quantidade que os agricultores ao redor do globo não conseguirão produzir.
Efeitos da queda na produção de grãos
A produção de trigo está no foco, pois a guerra na Ucrânia e a proibição de exportações na Índia dificultam o comércio. A produção global do cereal deve cair 0,8%, para 771 milhões de toneladas em 2022, com declínios de produção na Austrália, Índia, Marrocos e Ucrânia.
Conforme as projeções, a disponibilidade de grãos para a fabricação de ração animal deve cair 0,6%, para 1,51 bilhão de toneladas este ano. O setor é afetado principalmente pela queda de 1,6% na safra mundial de milho, fruto de uma colheita menor nos Estados Unidos e da redução da produção provocada pela guerra na Ucrânia.
No Brasil é diferente
Enquanto o mundo produz menos trigo e milho, o Brasil amplia a colheita das duas culturas em quase 33% e 9%, respectivamente. Somada, produção dos dois grãos no Brasil vai bater 30 milhões de toneladas em 2022.