Conselho do Twitter toma medida defensiva contra compra de Musk

Diretores adotam saída corporativa que dá tempo para acionistas comprarem mais participação e diluir o controle do empresário

O Conselho de Direção do Twitter anunciou nesta sexta-feira uma medida defensiva contra a oferta de compra da companhia pelo bilionário Elon Musk. Em nota, o grupo explicou como pretende evitar que a companhia acabe nas mãos do dono da Tesla, por mais de US$ 40 bilhões.

Na última quinta-feira, o empresário anunciou a intenção de comprar todas as ações do Twitter. Musk fez oferta de US$ 54 por ação, cifra que representa valorização de 38% em relação ao preço de fechamento em 1º de abril, o último dia de negociação antes do anúncio do investimento do CEO da Tesla na companhia. O bilionário comprou fatia acionária de 9% e se tornou o maior acionista do grupo.

O Conselho apresentou nesta sexta-feira o Plano de Direitos, uma medida corporativa que dá aos atuais acionistas tempo para comprar ações adicionais com desconto, diluindo assim a participação de Musk. A empresa informou que esse período vai durar até 14 de abril de 2023.

“O Plano de Direitos reduzirá a probabilidade de que qualquer entidade, pessoa ou grupo ganhe o controle do Twitter por meio da acumulação de mercado aberto sem pagar a todos os acionistas um prêmio de controle apropriado ou sem fornecer ao Conselho tempo suficiente para fazer julgamentos e tomar ações que sejam do interesse dos acionistas”, informou a empresa, em nota.

Acionistas processam Musk

Um grupo de acionistas do Twitter está processando Elon Musk por supostas infrações no processo de aquisição de ações da companhia. O processo foi aberto em Nova Iorque na última terça-feira.

O CEO da Tesla anunciou em 4 de abril que havia comprado cerca de 9% das ações do Twitter, mas não teria obedecido à legislação sobre o trâmite de negociação. As leis federais determinam que os investidores devem informar a Comissão de Segurança e Câmbio num prazo de dez dias quando adquirirem mais de 5% de participação em uma empresa.

Elon Musk começou a comprar ações do Twitter em janeiro e teria ultrapassado o patamar previsto em lei em 14 de março.

COMPARTILHAR