Papéis da empresa de energia vão ser negociados por R$ 42 na Bolsa de Valores de São Paulo a partir de segunda-feira
A Eletrobras teve o preço de ação definido em R$ 42 na noite da última quinta-feira, 9, já nas etapas de conclusão do processo de capitalização. Desta forma, a empresa de energia vai ser privatizada por R$ 33,7 bilhões. O preço ficou dentro do estabelecido pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para garantir a operação.
O ajuste de preço nos papéis foi alvo de debate acalorado entre investidores locais e estrangeiros, com conclusão na noite de quinta-feira. Com o movimento de privatização, a fatia do governo federal na antiga estatal deve cair para cerca de 35%.
O preço de R$ 42 representou um desconto de 4% em relação ao valor da ação ao fim do pregão de quinta-feira (R$ 44). Esta foi a maior operação da Bolsa brasileira desde a megacapitalização da Petrobras em 2012, que gerou cerca de R$ 100 bilhões.
A rodada de negociação para os preços dos papéis contou com a presença de grandes grupos de investimento, como o 3G Capital, de Jorge Paulo Lemann, a pessoa mais rica do Brasil.
Os bancos que lideram a oferta foram BTG Pactual, Bank of America, Goldman Sachs, Itaú BBA, XP, Bradesco BBI, Caixa Econômica Federal, Citi, Credit Suisse, JPMorgan, Morgan Stanley e Safra.
A oferta da Eletrobras também contou com reforço significativo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), com uma demanda de R$ 9 bilhões, acima do teto permitido de R$ 6 bilhões. Ao todo, 370 mil trabalhadores usaram o fundo para fazer reservas pelas ações.
Consumada, a privatização da Eletrobras é uma vitória do governo, especialmente para a agenda do ministro da Economia Paulo Guedes. A empresa de energia é a primeira grande companhia ligada à União que é desestatizada na administração de Jair Bolsonaro.